Ainda faltavam 7 horas para o concerto dos 30 Seconds to Mars e já havia grandes concentrações de fãs no Cabedelo, em Vila Nova de Gaia. Fora do recinto, uma fila enorme para entrar. Dentro, uma grande fila para o merchandising. É que os primeiros 250 a comprar o último álbum tinham a oportunidade de estar com a banda.

Quem comprou não tinha dúvidas: gastar 16 euros ia valer muito a pena. Firme à frente do palco estava Gorete Correia com as três filhas, prontas para uma noite longa. Marta Almeida, de 16 anos, já estava desde manhã para garantir lugar.

À uma da manhã, começaram a ouvir-se os tambores. Uma “intro” tribal deu o mote para a entrada de Jared Leto. Estava tudo de pescoço erguido, não cabia nem mais uma pessoa no recinto. A presença e simpatia do vocalista enchiam o palco. Seguiram-se balões gigantes, a bandeira de Portugal levantada pelo vocalista e uma performance circense. Nas quase duas horas de espetáculo ainda houve tempo para chamar gente ao palco e tornar, para muitos, um dia “inesquecível”.

Compreende-se a loucura pela banda, seja dos adultos aos mais novos. O carisma de Leto é meio caminho andado para o êxito que se viu. Afinal de contas, estava a tocar “num dos lugares mais maravilhosos do planeta”. Ao longo da tarde houve outros concertos para esquecer um pouco a ansiedade. Os Virgem Suta abriram o palco MEO com uma ótima receção, eles que ainda no ano anterior tinham tocado no palco secundário. Rui Veloso, o padrinho desta edição, “varreu” os êxitos que todos conheciam de trás para a frente.

Os Klaxons caíram de paraquedas no Marés. Ainda que com uma performance esforçada, a banda esteve muito deslocada, tanto do ambiente, como da atenção do público. Só nos êxitos “Echoes”, “It’s Not Over Yet” e “Golden Skanks” é que o indie conseguiu surtir algum efeito. Um concerto que, apesar de bom, não vai ser recordado por muitos.

O Marés Vivas terminou da forma que quis: um recinto lotadíssimo, emoção e euforia. Pelo meio, muitas atrações de feira e brindes que acabavam por ficar perdidos e pisados. No fim, olhámos para trás e percebemos que, afinal, não estivemos num festival de música, estivemos apenas num festival.