Depois de mais uma tarde de música com M3, The Mad Moiselle e Aetna, nos palcos Jazz na Relva e JN Bandas, Paredes de Coura chegou à quarta noite do festival para receber mais uma combinação de rock e eletrónica. Os festivaleiros, miúdos e graúdos, rumaram ao recinto do palco principal para assistirem às atuações, algumas delas lideradas pelos The Horrors, Peace e Echo & The Bunnymen.

Como previsto, os primeiros a pisar o palco principal foram os The Glockenwise. De Paredes de Coura para o mundo, o quarteto de Barcelos apresentou aos festivaleiros o seu rock de garagem combinado com uma simpatia ingénua e bom humor. Músicas como “Bardamu Girls”, “Stay Irresponsible” e “Leeches” fizeram as delicias do público que não tardou a levantar os pés da relva naquela que é a maior sala de espetáculos natural do país.

Passava pouco das 20h quando os Peace deram início à sua atuação. Num concerto morno, incapaz de aquecer a aragem fria sentida no local, a banda inglesa de indie rock trouxe canções como “Higher Than The Sun”, “Follow Baby”, do seu único álbum, mas só “Bloodshake” provocou reações na plateia.

The Horrors vs Echo & The Bunnymen

“Eu acho que vão ser os Echo & The Bunnymen”, “Eu também”, “Oh, eu prefiro os The Horrors”, “Está mas é calado, percebes pouco disso, tu”, debatiam João, Tiago e Rafael procurando prever a melhor atuação da noite. Enquanto caminhavam para o Palco Vodafone, os três amigos da Covilhã não hesitaram em afirmar que os esperava “uma noite de grandes concertos”, para logo de seguida confidenciarem ao JPN que “o último dia é o melhor do festival”.

Não era uma luta entre bandas até porque as armas de batalha seriam ligeiramente diferentes. Uma formada em 1978, a outra em 2005, Echo & The Bunnymen e The Horrors eram as duas atuações mais aguardadas da penúltima noite de concertos do festival minhoto.

The Horrors subiram primeiro ao palco e mostraram-se à altura do desafio. Perante uma audiência até então adormecida, o grupo trouxe o dinamismo necessário para mudar o rumo da noite. Ao som de “Mirror’s Image”, “Scarlet Fields”, “Endless Blue”, o vocalista Faris Badwan, quase sempre imóvel em cima do palco, fez despertar a euforia dos festivaleiros que, já desinibidos, gritavam e aplaudiam, visivelmente satisfeitos com a atuação.

Mau presságio ou não, pela segunda noite consecutiva, os cabeça de cartaz deixaram muito a desejar. Ainda que numa perspetiva diferente dos The Knife do dia anterior, Echo & The Bunnymen também não trouxeram cerveja, nem sumo, nem água para apagar a sede de boa música aguardada pelos festivaleiros.

Com ecrãs desligados e “Lips Like Sugar” , “Nothing Lasts Forever”, “Walk on the Wild Side”, e “The Killing Moon” na bagagem, a mítica banda dos anos 80 procurou, através do seu pós-punk sombrio e melancólico, dar vida ao anfiteatro natural. O público, pouco reagiu.