“Quando visitamos cidades levamos aqueles guias já estereotipados… e as cidades são mais do que isso, daí ser mais interessante visitá-las com alguém que já as conhece”. Este sempre foi o princípio de Marta Cruz e Maria Jacinto, que levavam a história dos mapas a sério. Riscavam aqueles que são oferecidos em postos de turismo, por exemplo, fazendo anotações e pontinhos coloridos. No fim, guardavam e emprestavam a amigos que fossem fazer a mesma viagem.

As duas amigas e colegas de trabalho pensaram o MOID (My Own Idea), um projeto que querem transformar numa rede de partilha de mapas, em constante atualização – tal como as cidades, sempre em mudança. O mapa de Lisboa foi o primeiro a ser lançado, juntamente com o arranque do projeto, em abril último. O do Porto vai estar disponível ainda durante o mês de agosto.

Este é um mapa físico em branco, que serve como base. A ideia é “marcar os nossos pontos de interesse” à medida que vamos conhecendo uma cidade nova – ou, então, a nossa própria cidade, explica Marta, ao P3.

O mapa é colorido – e preenchido – com recurso a autocolantes de três cores diferentes (para manhã, tarde e noite), divididos em seis categorias (taste, get, enjoy, find, click, listen). À medida que a cidade muda, estes autocolantes podem, também, mudar de sítio. Na parte de trás somos convidados a anotar informações sobre as sugestões – e se as quisermos partilhar online também o podemos fazer.

Guia turístico do tamanho de um cartão

“Não queremos conduzir a pessoa a lado nenhum”, assegura Marta, de 30 anos – cada um decide para onde vai. O mapa MOID é de tamanho A3, “resistente”, e vem numa saqueta de plástico. Quando dobrado tem o tamanho de um cartão multibanco, “para andar na carteira, sempre de um lado para o outro”.

Como fãs do Instagram, Marta e Maria criaram um “MOIDgram“, secção do site em que convidam os utilizadores a mostrar onde levam os seus mapas, que estão à venda através do site ou Facebook, por cinco euros (portes incluídos).

Oferecer um mapa preenchido a um amigo de visita à nossa cidade, trazer um como souvenir quando viajamos ou fazer disto um guia turístico são apenas algumas das possibilidades de partilha do MOID. Se tiver um pedido especial (como já aconteceu com pedidos de Ericeira, Braga ou Coimbra), Marta e Maria fazem edições limitadas. “Ainda temos um modo arcaico de os colocar no site, a ideia é passarmos a uma aplicação com uma vertente de rede social, em que cada utilizador tem a sua versão da cidade”.