É natural que logo depois de ter lido o título deste artigo tenha feito uma resolução: “Vou começar a ir mais cedo para a cama”. Na verdade, não se trata de nada de que já não desconfiássemos, mas, agora, um estudo desenvolvido por investigadores da Universidade de Estocolmo, na Suécia, e publicado no Journal Sleep, vem confirmá-lo.

A privação de sono afeta a aparência do rosto, descaracterizando-o daquilo que ele é quando tem as horas necessárias de descanso. Foi isto que a equipa nórdica concluiu, depois de ler a avaliação de 40 pessoas que analisaram 20 fotografias de dez pessoas, depois de estas passarem por dois contextos diferentes de repouso: num momento, as “cobaias” foram fotografadas às 14h30, depois de uma noite normal, com oito horas de sono; num outro, foram fotografadas também às 14h30, mas depois de uma noite de apenas cinco horas de descanso, posterior a um período de 31 horas sem dormir.

O objetivo dos investigadores era que os 40 observadores classificassem as fotografias no que diz respeito à fadiga e tristeza percetíveis nos rostos, e que identificassem dez sinais faciais. Os resultados foram esclarecedores: no estado de privação de sono, as pessoas revelavam pálpebras e cantos da boca mais caídos, olhos avermelhados e inchados, olheiras, pele mais pálida e mais rugas. Além disso, com a falta de descanso, os rostos aparentavam uma maior tristeza do que nas fotografias após o sono normal.

Se todo este cenário já não assustasse o suficiente, os investigadores concluem que, “pelo facto de estas áreas do rosto serem importantes na comunicação entre humanos, os sinais faciais de privação de sono e fadiga podem trazer consequências, no dia-a-dia, para as pessoas privadas de descanso”.