PSD

A presidência da Câmara de Valongo pertence aos social-democratas há 19 anos. Nas últimas autárquicas, o PSD venceu em coligação com o CDS-PP. Fernando Melo foi presidente entre 1993 e 2012, ano em que abdicou do cargo. Na altura, foi substituído pelo então vice-presidente, João Paulo Baltazar.

Para as eleições autárquicas de 29 de setembro, o PSD apresenta, como candidato, este mesmo atual presidente da Câmara. Licenciado em Informática e Gestão, João Paulo Baltazar (primeiro a contar da esquerda, no canto superior da fotografia) tem 44 anos e desempenhou, entre outras funções, a de diretor-ibérico da multinacional Cylande. Foi, ainda, atleta federado de hóquei em patins.

A campanha “A Vitória de Todos” incide, sobretudo, no desenvolvimento do “emprego, educação e apoio social”. Questionado, pelo Jornal Novo de Valongo, sobre a atual administração e a campanha social-democrata, João Paulo Baltazar relembrou o “rigor” e o “esforço” na resolução das dívidas da Câmara e reforçou a necessidade de “projetar a marca Valongo”. O social-democrata defende, sobretudo, uma aposta contínua no “mercado do turismo cultural e ambiental” do município.

CDS-PP

O CDS-PP surge com uma lista própria e quebra a coligação com o PSD. O candidato apresentado para a Câmara de Valongo é Alexandre da Silva Teixeira, com 39 anos, engenheiro e atual diretor de um centro de engenharia para o desenvolvimento da indústria automóvel e aeronáutica, para as principais construtoras e marcas mundiais.

Alexandre da Silva Teixeira (imagem do meio, na fila superior da fotografia) é o atual líder da bancada do CDS-PP na Assembleia Municipal de Valongo e conselheiro nacional do partido. De acordo com o Jornal Novo de Valongo, intervém frequentemente nos diferentes grupos de trabalho da Comissão Europeia, nomeadamente, na definição de estratégias de desenvolvimento/crescimento para a Europa, nos quais divulga “projetos e empresas portuguesas com potencial para usufruírem dos fundos de apoio atualmente existentes”.

Questionado sobre a campanha do CDS-PP, “Uma nova esperança para Valongo“, o candidato justificou a quebra da coligação com o PSD com uma necessidade de apresentar “uma candidatura mais responsável”, que represente “um eleitorado que não se revê nesta forma de gastar o dinheiro público”.

Alexandre da Silva Teixeira realçou, sobretudo, a importância da disponibilidade para o diálogo permanente com eleitores e instituições, de um estudo cuidado da localização estratégica das zonas industriais do concelho – que, segundo o candidato, contribuirá para a “atração de empresas e aumento de postos de trabalho” – e prometeu estudar formas de “utilizar mecanismos de financiamento do QREN que permitam tomar posse das habitações inacabadas no concelho para suprir as necessidades de famílias carenciadas”.

O candidato do CDS-PP é “absolutamente contra a lei que obrigou Valongo a reduzir uma freguesia”, em referência à proposta de agregação administrativa das freguesias de Campo e Sobrado.

PS

José Manuel Ribeiro (terceiro a contar da esquerda, no canto superior da fotografia) tem 41 anos e é o candidato apresentado pelo PS. Licenciou-se em Relações Internacionais, fez mestrado em Gestão de Empresas, com especialização em Marketing, e é, atualmente, técnico sénior na Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP). Além disso, é deputado na Assembleia Municipal de Valongo e na Assembleia Metropolitana do Porto.

Tendo sido o candidato socialista à Câmara de Valongo em 2001, foi, ainda, deputado na Assembleia da República durante as X e XI legislaturas e vereador sem pelouros na Câmara Municipal de Valongo entre 1998 e 2005.

José Manuel Ribeiro foi diretor-comercial da Associação Nacional das Indústrias do Vestuário e Confeção (ANIVEC), presidente e diretor-geral do Instituto do Consumidor, professor convidado do Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM) e membro dos Conselhos Consultivos das Entidades Reguladoras de Comunicação Social (ERC), Serviços Energéticos (ERSE), Águas e Resíduos (ERSAR) e do Instituto de Seguros de Portugal (ISP).

A campanha do PS, “Mudar Valongo“, surge com o mote “Dar mais esperança às pessoas do nosso concelho” e salienta, entre outras preocupações, a necessidade de atração de empresas que criem postos de trabalho e de um maior envolvimento da Câmara nos meios escolar, cultural e desportivo.

Questionado, pelo Jornal de Valongo, sobre a administração social-democrata, José Manuel Ribeiro criticou, sobretudo, o moroso processo de revisão do Plano Diretor Municipal, a inexistência de uma Carta Desportiva em Valongo e a falta de estratégia global nas últimas duas décadas. O candidato do PS opõe-se, também, à agregação administrativa das freguesias de Campo e Sobrado.

BE

O BE propõe Eliseu Pinto Lopes, advogado e atual membro da Assembleia Municipal, à Câmara de Valongo. O candidato, de 35 anos, integra, ainda, a Mesa Nacional do Bloco de Esquerda e é dirigente distrital do partido.

Eliseu Pinto Lopes (à esquerda, na fila inferior da imagem) foi presidente do Instituto de Apoio aos Jovens Advogados entre 2008 e 2010 e promotor do Movimento Pelo Tribunal de Valongo, em 2008, que visou a construção urgente de novas instalações.

A campanha “Concelho Jovem, Concelho Vivo“, apresentada pelo BE, defende o desenvolvimento de “políticas voltadas para os jovens, com incentivos à participação na vida do concelho, pela resposta solidária e não meramente assistencialista à emergência social”, a dinamização dos espaços verdes com desporto e cultura e a criação de “condições para inverter a tendência dormitória” do concelho.

Segundo o bloquista, o partido propõe, entre outros projetos, a “criação de bolsas municipais de habitação para arrendamento a jovens em início de vida ativa e a famílias carenciadas com a reabilitação de imóveis inacabados”, bem como um “programa municipal de apoio às associações e coletividades”.

O candidato do BE não concorda com a agregação administrativa das freguesias de Campo e Sobrado e reforça a “resistência” da atual gestão PSD/CDS-PP, face à proposta bloquista para a realização de um referendo local sobre o assunto.

CDU

Adriano Ribeiro (à direita, na fila inferior da imagem) tem 61 anos e é o nome apontado pela CDU para a Câmara de Valongo. Operário metalúrgico reformado, é dirigente nacional da Confederação Portuguesa de Coletividades, presidente da Associação de Coletividades do Concelho de Valongo e da Associação de Reformados e Pensionistas de Campo. Além disso, é autarca desde 1979, tendo sido vereador da Câmara Municipal e, atualmente, deputado na Assembleia Municipal.

O candidato da CDU reconhece uma vantagem do PSD e do PS na corrida à Câmara de Valongo e refere que espera ser eleito vereador. Segundo o próprio, em entrevista ao jornal Voz de Ermesinde, “o grande objetivo é eleger um vereador” e “reforçar a representação na Assembleia Municipal”.

As principais propostas da campanha da CDU sugerem reverter os serviços concessionados – nomeadamente, SMAES, serviços de limpeza e parquímetros – para a tutela do município, apoiar o associativismo e a habitação social, e lutar pelo desenvolvimento dos projetos dos centros de saúde de Campo e Sobrado e o não encerramento de serviços no Hospital de Valongo.

Uma oposição à lei que propõe a fusão das freguesias de Campo e Sobrado está, também, patente na campanha de Adriano Ribeiro, que deposita no Partido Socialista a esperança de um retrocesso à lei. O candidato reforça que, “se houver eleições no curto prazo”, irá apresentar, na Assembleia da República, uma proposta de revogação da lei.