São números preocupantes. Um estudo encomendado pela Ordem dos Médicos à Universidade de Coimbra conclui que, em 2025, ao ritmo atual do número de estudantes a entrarem em cursos de Medicina (desde o ano letivo 2010/2011), milhares de médicos não vão ter emprego em Portugal. Em específico, um mínimo de 3528 e um máximo de 8882.

Desta forma, aquilo que o “Estudo de Evolução Prospectiva de Médicos no Sistema Nacional de Saúde” indica é que seria preciso eliminar 550 vagas (cerca de 30%), daquelas que os cursos de Medicina, em Portugal, disponibilizam anualmente, para “ajustar a capacidade do sistema de formação pré-graduada”.

Só assim seria possível equilibrar a balança na profissão e evitar um excedente de especialistas, no país. Por isso mesmo, a Ordem dos Médicos considera que “o numerus clausus deve começar a diminuir”. No entanto, alerta para o facto de que “uma decisão, tomada hoje, sobre numerus clausus, só começa a ter algum efeito cerca de dez anos depois”.

Se se comparar com os dados mais recentes disponíveis (2011) sobre o número de profissionais no Sistema Nacional de Saúde – 24.995 no Continente – percebe-se que, sem alterações, seriam necessários, em 2025, desde já, menos 400 médicos, para que a área estivesse equilibrada.