Segundo a investigação, 40% dos alunos já consumiu marijuana, 5,4% já experimentou – pelo menos – smart drugs e 3,3% já ingeriu mesmo anfetaminas/metanfetaminas. Cerca de 25% acredita que é “pouco” ou “nada prejudicial” fumar marijuana ou haxixe de vez em quando, 97% já ingeriu álcool e mais de 15% pensa que três cervejas são “pouco” ou “nada” prejudiciais à condução [ver infografia abaixo].

As drogas mais leves são consumidas essencialmente em casa, em casa de amigos ou em saídas à noite. As metanfetaminas, por outro lado, são usadas especialmente em festas de trance ou raves.

Quanto a bebidas alcoólicas, 72,6% assumiu o consumo regular nos 30 dias antes do inquérito, 26% já experimentou misturá-las com bebidas energéticas e a primeira ingestão foi maioritariamente entre os 15 e os 19 anos (61,8%). As razões para o consumo são variadas, mas a maioria fá-lo para “se sentir bem” ou “relaxar”.

Apesar de poucos alunos assumirem a ocorrência de consequências negativas aliadas ao consumo de substâncias psicoativas, com o álcool há várias: 6,3% chegaram a “ter problemas com os amigos”, 5,8% a “envolver-se em atos violentos ou lutas” e 5,4% a “envolver-se em relações sexuais desprotegidas”.

Mais de 50% assume-se “menos saudável” desde a entrada na universidade

Mais de 80% dos inquiridos, no entanto, acha “muito prejudicial” tomar quatro a cinco bebidas alcoólicas quase todos os dias ou fumar cigarros regularmente.

Mas para além das drogas e do álcool, há estudantes que assumem outro tipo de problemas: cerca de 12% sentem-se com frequência deprimidos ou sozinhos e 60% não pratica atividade física. Para além disso, mais de 30% dorme apenas seis ou menos horas por noite. “Dificuldade em adormecer”, “ansiedade e stress” ou “dificuldade de concentração” são os maiores “problemas de saúde apresentados”.

Mais de 50% assume mesmo que se sente menos saudável, desde o ingresso no ensino superior. Cerca de 15% diz-me mais saudável e 31,1% manteve-se igual. “Os estudantes dormem mal, comem mal, fumam, consomem drogas, mas, no final, têm uma saúde de ferro”, concluiu Emídio Guerreiro, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, durante a apresentação dos resultados, esta terça-feira, na Universidade de Lisboa.

Cerca de 3300 estudantes inquiridos

Denominado “Consumo e Estilos de Vida no Ensino Superior”, este estudo pretende, precisamente, perceber alguns dos hábitos dos estudantes universitários, relacionados com drogas, álcool, descanso e saúde.

Para já ainda não se pode dizer que seja representativo: só obteve respostas de cerca de 3300 estudantes, do primeiro ciclo e mestrados integrados da Universidade de Lisboa; mas o objetivo é alargá-lo ao resto do país.

Fruto de uma parceria entre a universidade, o Conselho Nacional da Juventude e o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, decorreu entre 27 de novembro e 16 de dezembro de 2012.