Para muitos, o próximo domingo vai ser como tantos outros. Sim, é verdade que será dia de eleições autárquicas, mas com a quantidade de Governos que o país já teve de eleger, a que se juntam as outras votações, a ida às urnas é um procedimento natural, para os portugueses.

Ainda assim, há quem nunca o tenha feito. Pedro, Patrícia, Joana e Juliana fazem parte desse grupo de pessoas. Na verdade, as únicas votações em que participaram foi para eleger o delegado e sub-delegado de turma, na escola secundária, e uma lista da associação de estudantes. No domingo, todos votam no Porto e “só” vão ter de escolher o sucessor de Rui Rio.

Já agora, o autarca vai deixar saudades? “Saudades não diria. Houve coisas muito positivas nos mandatos do Rui Rio, mas também acho que é preciso novas pessoas, para isto mudar, se não acaba por ser sempre a mesma coisa, sempre as mesmas linhas de orientação”, confessa Pedro Dourado Gomes, estudante do segundo ano de Ciências da Comunicação, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP).

Por outro lado, quem até poderia não ter opinião sobre o assunto, visto que está a morar há dois anos na capital, é Juliana Almeida, estudante na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa (FDUNL). A conversa com o JPN decorreu mesmo durante a viagem da jovem de 19 anos para o Porto, feita propositadamente para vir votar.

O que eles gostavam que o novo presidente fizesse

Pedro: “Gostava que fizesse crescer o Porto, como cidade, mas também a nível intenacional”.

Patrícia: “Acho que a reabilitação do Mercado do Bolhão é essencial”.

Joana: “Gostava que melhorasse a situação dos estudantes sem condições para estudar”.

Juliana: “Não espero que faça nada em específico. Apostar na Saúde e na Educação é sempre ótimo”.

Sim, porque apesar de já saber que “em Lisboa vai ganhar o António Costa”, nunca considerou não votar na Invicta e nestas que serão as suas primeiras eleições. “Como estou num curso de Direito, acho que é um dever nosso, votar, para depois poder participar e comentar sobre a vida política”.

Pedro é da mesma opinião. Patrícia Costa, estudante de 19 anos, em Sociologia, na FLUP, também. E até Joana Aranha, do alto dos seus 18 anos, considera este um ato “muito importante” e, por isso, nunca lhe “passou pela cabeça não votar”. A estudante da Escola Secundária Filipa Vilhena até tem “acompanhado mais as campanhas do que acompanhava antes”, e vê a de Luís Filipe Menezes como uma das mais fortes, o que “não significa que vá votar nele”.

Patrícia também tem procurado informar-se mais do que o habitual, através da leitura dos “programas eleitorais, que são basicamente muito similares”, afirma. Neste ponto, Pedro não podia concordar mais: “Acho que não há muitos pontos em que divergem, mas, de qualquer maneira, acho que é sempre importante lê-los”.

Nem que seja para definir melhor para quem vai o voto de cada um. Tarefa que parece mais difícil do que se poderia pensar. “Ainda estou um bocado indecisa, mas espero que na altura de votar já tenha as ideias no lugar”, diz Patrícia. Também Juliana está dividida, neste caso, “entre dois candidatos”. “Vou procurar saber mais sobre eles este fim-de-semana. Vou falar com a minha família, que tem estado lá (no Porto), para tomar uma decisão de que não me arrependa”, conta, ao JPN.

No fundo, é isso que todos querem. Contribuir de uma forma valiosa para o futuro da cidade que, pela primeira vez, lhes dá a possibilidade de terem uma palavra a dizer. Este domingo, lá estarão eles. O Pedro, a Patrícia, a Joana e a Juliana. E, à parte de algumas incertezas sobre o sítio onde votar, todos sabem que vão poder assinalar uma cruz num quadradinho.