Até hoje, nunca foi obrigatório avaliar os cursos das universidades e politécnicos portugueses com base nas opiniões dos alunos. No entanto, o sucesso que está a ter um plano experimental adotado pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), que, já desde há dois anos, conta com a colaboração de alguns estudantes na tarefa, pode mudar todo esse cenário.

A edição desta segunda-feira do jornal “Público” dá conta disso mesmo. Tudo começou em 2011, quando a A3ES levou a cabo uma experiência: recrutar alunos para ajudar o organismo a avaliar, de forma mais precisa, os cursos de Ensino Superior. O objetivo é prolongar este formato, provisoriamente, até 2016, para aferir o sucesso ou insucesso do mesmo. Porém, Alberto Amaral, presidente da A3ES não tem dúvidas: os resultados têm sido “claramente positivos”, revelou ao jornal em questão.

Como participar

Para poderem participar nas avaliações de cursos, os estudantes têm de estar a frequentar o Ensino Superior e ter tido aproveitamento, nos dois anos anteriores, numa das áreas de conhecimento contempladas pela A3ES. Além disso, os alunos só podem avaliar um curso de uma instituição se estiverem a frequentar esse mesmo curso noutro lugar.

Até então, participavam neste processo apenas especialistas, professores e investigadores. Mas a inclusão de alguém que tem uma perspetiva privilegiada na matéria, visto que está numa posição que lhe permite saber o que funciona melhor ou pior para adquirir conhecimento, tem convencido tudo e todos.

Mesmo assim, a colaboração de estudantes nesta tarefa ainda não é obrigatória e a lei que regula a acreditação e avaliação do Ensino Superior também não a contempla. É pela adoção deste formato que a A3ES tem lutado, à semelhança do que já acontece em vários países da União Europeia.

Todavia, o sucesso que a iniciativa vem demonstrando deixa boas indicações para o futuro e o objetivo do organismo é multiplicar o número de alunos participantes nas avaliações. Se até agora têm colaborado entre 40 a 50 estudantes por ano, em 2014 serão precisos entre 120 a 150.