O ambiente não tem sido fácil na Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, e parece não querer, tão cedo, acalmar. Esta quinta-feira, 7 de novembro, a Associação de Estudantes da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto (AEFBAUP) promete voltar à carga chamar a atenção para os problemas da instituição.

Segundo comunicado da associação às redações, pretendem erguer um mural simbólico, quase “das lamentações”, contra “uma política educativa de destruição de uma educação pública e com qualidade” e a “falta de financiamento do Governo”, que leva a Faculdade de Belas-Artes (FBAUP) a “cair nos recursos mínimos”.

Esta situação – que se vê em situação de agravamento com o corte de 80,5 milhões para o Ensino Superior previsto no Orçamento de Estado (OE) para 2014 – tem feito com que a faculdade tenha como única “salvação os bolsos dos estudantes”, dizem. “Não se justifica nem se admite que os estudantes tenham que se submeter a mais despesas para fornecer receitas próprias à unidade orgânica nem que sejam prejudicados no êxito escolar”, afirmam.

“Não há condições materiais e humanas”

A Associação denuncia ainda que “alguns estudantes não conseguem completar cadeiras obrigatórias” dos cursos porque “não há condições materiais e humanas”. Os alunos da Licenciatura em Design, por exemplo, não têm uma “área de trabalho” destinada, tendo de o fazer na “sala de convívio dos estudantes”, onde reina o “barulho intenso”, a “falta de meses” e a impossibilidade de aceder a eletricidade para carregar portáteis e outros objetos de trabalho.

Mas mesmo os que têm espaços próprios, não estão satisfeitos: os estudantes do ramo de Pintura, dizem, “vivem todos os dias sufocados no espaço de trabalho, muitos deles trabalhando com menos 10 centímetros de distancia do colega do lado”. Uma situação que já levou “muitos estudantes a desistir”. Por outro lado, as oficinas e ateliers “fecham demasiado cedo”, com um horário “insuficiente” para as necessidades dos estudantes: uma consequência clara da “falta de recursos humanos”.

A concentração, marcada para as 12h45 do dia 7 de novembro, quinta-feira, quer “mostrar desagrado e indignação” não só perante estas situações em específico mas dos problemas “do ensino em geral”.