“O que nós queremos fazer é marcar uma posição de defesa do Ensino Superior público”, diz Bruno Madeira, estudante da licenciatura em História da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), e um dos participantes da iniciativa de manifestação que, esta quinta-feira, tem lugar em algumas cantinas da Universidade do Porto (UP) e de institutos politécnicos.

A cantina da FLUP, na verdade, deverá ser, a par das cantinas da Faculdade de Belas Artes (FBAUP) e da Escola Superior de Educação (ESE), uma das que contará com mais adesão à “invasão”.

A escolha destes locais para a iniciativa não é inocente. “É algo que já foi feito, no passado, em Lisboa, e vamos tentar repetir, pelo impacto que tem, para fazer chegar a nossa mensagem ao Governo e à Assembleia da República. Por outro lado, é um dos espaços em que nós mais sentimos, diariamente, esta questão dos cortes e da distribuição da ação social escolar. Atualmente, é difícil encontrar, no Porto, uma cantina que ainda seja dirigida pelos SASUP, porque está tudo concessionado a empresas privadas. Além disso, a qualidade diminuiu muito e os preços continuam a subir”, explica ao JPN Bruno Madeira.

Assim, quem, por volta das 12h30, entrar num destes locais, não precisa de estranhar a agitação para além do habitual, já que todos os estudantes que estiverem a almoçar naquele horário podem manifestar-se, “da forma que bem entenderem”. “Que façam cartazes ou demonstrem o descontentamento de outra forma. O importante é participar”, reforça o estudante da FLUP, que, pessoalmente, levará um cartaz a criticar as medidas de austeridade que o Orçamento de Estado para 2014 prevê para o Ensino Superior.

O objetivo, no fundo, é que cada participante na “invasão” chame a atenção para os seus próprios problemas, seja “o facto de as bolsas serem cada vez menos e cada vez mais pequenas”, ou de “o processo de Bolonha ter vindo prejudicar as licenciaturas e os mestrados”.