Daniel Freitas tem 22 anos, é a cara da Lista B e já não é novo nestas andanças. O primeiro efetivo da segunda lista, pela ordem do alfabeto, exerceu nos últimos dois anos o cargo para o qual se volta a candidatar: representante dos estudantes no Conselho Geral (CG) da Universidade do Porto (UP).

Mas a ambição não é de agora e foram raras vezes em que deixou passar uma oportunidade de representação e associativismo – atualmente, é presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Engenharia (AEFEUP), por exemplo. Uma característica comum a todos os membros da lista.

“Ainda há uma série de lutas para ganhar”

Entre os efetivos, estão Francisco Silva da Faculdade de Medicina (FMUP), Joana Magalhães do Instituto Abel Salazar (ICBAS) e Paulo Malta de Farmácia (FFUP). Daniel ocupa o primeiro lugar porque diz “olhar para a universidade e ver que ainda há uma série de lutas para ganhar”. Dois anos de experiência depois, “serão mais fáceis de alcançar”, garante.

Programa

É claro que, no CG, “não há uma função executiva de ir para o terreno, mas a nível estratégico pode definir-se as linhas de atuação da universidade” e a questão das propinas, a ação social (como o apoio aos estudantes em risco de abandono escolar, que não são apoiados pelo Estado), as fontes de financiamento da universidade ou até a reabilitação do estádio universitário são temas que Daniel e a Lista B querem continuar a ver em cima da mesa.

Com a Universidade do Porto como casa ou causa, brincando com o trocadilho que adotaram como lema (“U. Porto: A nossa ca(u)sa”); garantem ter uma série de “traves mestras do projeto” e “ideias concretas” em relação a cada uma delas. No programa que apresentam, é certo, nada – ou muito pouco – foi deixado ao acaso. Ainda assim, garantem estar “sempre disponíveis para discussão”.

O objetivo é só um: “Nós somos uma universidade que tem tudo para continuar a ser a melhor do país e deve continuar a consolidar essa posição”, diz Daniel. É por isso que vai lutar: “A função de um membro do CG não é só defender o corpo que representa, mas pensar na universidade como um todo”, explica.

A opinião dos estudantes “é valorizada e ouvida”

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Mas as pequenas questões não serão esquecidas: “O nosso projeto não vem isolado do que fazemos diariamente”, garante Daniel. “A nossa ideia é pegar na experiência que fomos adquirindo, tratando das nossas unidades orgânicas, identificar problemas comuns – que não vamos usar como bandeiras de campanha – e tentar resolvê-los”. Afinal, o que mais os valoriza, diz Daniel, é “o conhecimento da universidade”, “a pluralidade” e o “trabalho direto com os estudantes”.

Na opinião de Daniel, a opinião dos estudantes “é valorizada e ouvida”, desde que acompanhada de uma “uma série de argumentos” e “informação para fundamentar” os assuntos. “Todos os temas que levamos ao CG são estudados, a discussão tem de ser maturada”, diz. “Mas claro, isso depende muito da qualidade das pessoas que lá estão”.

Para além da qualidade, há que haver entendimento e nisso Daniel já tem experiência: “É importante que se consigam esbater as diferenças. Não quer dizer que a votação seja sempre igual, mas deve haver um consenso entre os quatro, muitas vezes tendo de se abdicar de alguns pormenores. Aí sim, a representação dos estudantes ganha força”, garante.