Ricardo Brandão tem 20 anos e está no segundo ano de Engenharia Civil. Em conversa com o JPN, apesar de ser o segundo efetivo, é ele quem dá voz à Lista C ou, como prefere, ao projeto “UP Consciente”. Em conjunto com Rita Salgado de Medicina (FMUP), João Alves do Instituto Abel Salazar (ICBAS), Sofia Carvalho da Faculdade de Letras (FLUP) e quatro suplentes, candidata-se à representação dos estudantes no Conselho Geral (CG) da Universidade do Porto (UP).

Abstenção motivou o projeto

Mandatários

Se a lista, que será apresentada oficialmente na próxima quinta-feira, tiver pelos menos um eleito, vão tentar criar “mandatários”. Uma espécie de representante em cada faculdade para que, durante o mandato, seja mais fácil chegar aos alunos. “Não devem ser os alunos a procurar os representantes do CG, mas os representantes do CG a procurar os alunos para lhes mostrar o que realmente se passa”, explica Ricardo. “Pode ser utópico, numa comunidade de mais de 30 mil alunos, mas se uma pessoa não tentar, não pode saber”.

Depois de um ano na Universidade de Coimbra – tempo suficiente para fazer parte da Associação Académica da cidade -, chegou ao Porto, entrou para a Associação de Estudantes e percebeu a distância os estudantes em relação aos seus representantes – até só dentro do próprio curso. Essa desinformação e a elevada e conhecida abstenção nas eleições do CG, fê-lo começar o projeto.

Na demanda por informação e pela identificação de problemas, percebeu que há “falta de comunicação entre as faculdades”. A proposta: recriar a Rádio Universidade do Porto. Mas as ideias não se esgotam aqui. “Na eleição do reitor, por exemplo, faria todo o sentido fazer reuniões abertas em todas as faculdades para apresentar os projetos dos candidatos, de modo a que o voto dos representantes seja decidido pelos alunos. A questão do reitor deve ser partilhada por todos”, acredita.

“Uma representação mais séria, efetiva e responsável”

Mas a maior bandeira da lista, além de “uma representação mais séria, efetiva e responsável”, é a aproximação dos alunos ao Conselho Geral. “Temos de ser nós, pessoas que nos candidatamos aos cargos, a chegar às pessoas a que nos propomos representar”, diz Ricardo. “Criámos um grupo no Facebook, por exemplo, para que os alunos dessem ideias e tentámos que fosse o mais heterogéneo e transversal possível”. As reuniões do projeto também são abertas a todos e divulgadas nas redes sociais.

Outras listas

Lista A
Lista B
Lista D

Rever o modelo de avaliação dos professores, de modo a valorizar mais a opinião dos alunos, é outra das propostas. “Uma universidade que se quer de excelência, deve ter um ensino de excelência”, diz. Assim como aumentar a representação dos alunos no CG.

No fim, o que interessa é “tentar promover, ao máximo, a Universidade do Porto”. Para Ricardo, é muito mais do que isso: “Servir, sem nenhuma intenção obscura, é óptimo. Toda a gente devia ter essa experiência. Até para o futuro, dá-te maior sentido de responsabilidade e cooperação”, garante.