O que une Rui Lopes, Ana Ribeiro, Ana Fernandes e Pedro Tavares é o gosto por casas – e pelo Porto. Aliaram estes dois elementos e decidiram levar a marca HomeLovers para aquela cidade, sob a forma de start-up incubada na Fundação da Juventude, há quase dois meses. Trabalham a partir de uma página de Facebook, onde partilham fotografias de apartamentos e moradias para arrendamento e venda (e que arrancam elogios a quem os segue).

“Não nos consideramos uma imobiliária, nem nos posicionamos enquanto tal. Encaramo-nos como um prestador de serviços na área das casas”, começa por dizer o sociólogo Rui Lopes, 34 anos, um dos responsáveis pela HomeLovers Porto. Além da procura ativa de imóveis que correspondam aos padrões da marca, fazem house hunting para investimento, podendo também tratar de processos de reabilitação. Para isso, têm uma equipa multidisciplinar: Ana Ribeiro é socióloga (e co-responsável pelo projeto), Ana Fernandes é arquiteta e Pedro Tavares tem formação em marketing, sendo também a pessoa por detrás do registo fotográfico. A HomeLovers original surgiu em Lisboa, há dois anos, pelas mãos de Magda e Miguel Tilli, e desde então a marca já está presente em Cascais e em Coimbra.

As fotografias constituem um dos elementos diferenciadores da HomeLovers face às agências imobiliárias tradicionais. Aqui, a imagem não é deixada para segundo plano e, quando as casas não correspondem aos padrões da marca (esteticamente ou por questões de localização), opta-se por destacar a relação qualidade-preço – uma vez por semana, no espaço “Black Monday”. A equipa tanto procura, ativamente, novas casas, como está aberta a propostas de negócios por parte de proprietários.

As “casas HomeLovers”, como gostam de lhes chamar, estão localizadas no centro histórico e na baixa do Porto, mas também apostam noutras zonas da cidade (assim os clientes o peçam), em Matosinhos ou Leça da Palmeira. “O Porto tem um potencial enorme a curto, médio e longo prazo. A marca procura casas que tenham história e acredita no retorno dos indivíduos ao centro da cidade”, diz Rui, para quem a reabilitação urbana é a solução para dar resposta à procura de habitação. “Não há necessidade de construir mais; o parque de casas instaladas que temos vai ter de ser reconvertido, até porque a população não cresce”.

A iluminação é uma das características que Ana Fernandes, de 34 anos, mais valoriza – e um critério decisivo na hora de a marca “acolher” novos negócios. Mas o “peso” da própria casa também importa: a sua história, quando foi construída, como foi recuperada e transformada numa habitação contemporânea, “a sua posição na malha urbana”. “O mercado imobiliário que temos abrange tudo, não existe um filtro tão definido. Nós tentamos especificar e vemos que há pessoas interessadas”, sugere a arquiteta.

Arrendamento de curta duração para 2014

Não querem ser um mero “repositório de casas” e segmentam o público para o qual comunicam. Ana Ribeiro, 29 anos, fala em dois tipos distintos. Por um lado, “o jovem trendy que gosta de viver no centro e está a sair (cada vez mais tarde) da casa dos pais, entre os 30 e os 35 anos”. Por outro, uma faixa na ordem dos 40-50 anos, “com dinheiro” e que procura a HomeLovers “mais para compra”. “O público quer casas giras”, resume o sociólogo. Para arrendar há apartamentos a partir de 380 euros – como o que o P3 visitou e onde fotografou a equipa – e até 2.300; para venda, o valor mais baixo situa-se nos 180 mil euros e pode chegar até ao milhão de euros. A ideia é chegar a vários orçamentos e mostrar às pessoas o potencial que as casas podem ter.

Para 2014, está previsto o lançamento do site da marca, que permitirá aos vários HomeLovers do país “trabalhar de forma integrada”, sublinha Rui, ao mesmo tempo que vai facilitar a procura por parte do cliente. A vertente de house hunting também é vista como um dos serviços a apostar, assim como o arrendamento de curta duração, pensado para turistas e profissionais em viagem.