São mulheres sorridentes apesar da doença, bonitas apesar da falta de cabelo, confiantes apesar do preconceito. Têm cancro e deixaram-se fotografar, com frases motivadoras, porque “ter cancro não é ser cancro”. O objetivo é destruir as ideias pré-definidas de que as doentes oncológicas são “coitadinhas”, que estão “mais frágeis, mais debilitadas”.

Ter cancro não quer dizer que “não possamos estar bonitas, não possamos encarar a vida de forma otimista, não possamos ser positivas, que não possamos viver a vida como uma pessoa ‘normal'”, explicam Áurea e Alexandra, duas das mentoras da campanha denominada “Despir o Preconceito”, que está a colorir as ruas do Porto com mupis destas “mulheres exemplo”, depois de cidades como Braga ou Coimbra.

Nascida da cooperação da Associação Cancro com Humor com o designer Filipe Inteiro – que para tese de mestrado decidiu explorar a utilização da fotografia na comunicação social – a campanha não tem fins lucrativos. Funciona apenas com voluntários e os apoios conseguidos servem, especialmente, para que os cartazes espalhados nos mupis de cada cidade possam ser impressos.

Divulgada através da página de Facebook, para além da ação nas ruas, a iniciativa tem recebido um feedback muito positivo e quer agora “chegar mais longe”. O próximo passo é “ir a escolas fazer palestras para abordar a temática, de forma a desmistificar” todos os tabus que estão à volta do cancro.