Um autocarro que levou cinco casais para um castelo assombrado e um grupo de jovens encontrado morto na cripta de uma igreja. Foi assim que começou o primeiro fim-de-semana do Fantasporto, com Richard Johnstone e Mark Murphy a estrearem, mundialmente, “Bloodlust” e “The Crypt”, na 34.ª edição do evento.

“Obrigado por virem apesar da chuva, não deve ser fácil sair de casa com este tempo”. Murphy, realizador de “The Crypt”, agradeceu várias vezes a todos os presentes, que, apesar do tempo, ocupavam grande parte do auditório principal. “É uma honra trazer este trabalho a este festival, sendo um festival bastante interessante com grandes filmes a serem apresentados”. A ante-estreia mundial trouxe ainda vários elementos associados ao filme, com destaque para Natalie Stone, protagonista feminina.

The Crypt” misturou o terror clássico e o misticismo, a igreja e o mistério. O filme do realizador britânico conta a história de um grupo de investigadores que tentam descobrir as causas da morte de cinco amigos na cripta de uma igreja. O decorrer da investigação é alternado com imagens gravadas do dia da morte dos adolescentes, provocando no espectador uma hora e meia de puro suspense e vários arrepios.

Co-produção entre Portugal e Guiné Bissau brilha no auditório principal

Mas não foi só o cinema britânico que se estreou no Rivoli. O primeiro dia do fim-de-semana de Carnaval ficou também marcado pela estreia de uma longa-metragem portuguesa, do realizador Filipe Henriques. “O Espinho da Rosa” trouxe o realizador, produtores e protagonista ao palco principal, mas também uma mensagem bem clara: “Esta é uma tentativa de apoiar o cinema português, que bem precisa de incentivos”. Apesar de ter tido todo o apoio necessário para que acontecesse, Henriques sublinhou que “é um filme feito sem orçamento nenhum”.

Rodado em 16 dias, conta a história de David Lunga, procurador de sucesso do Ministério Público. Quando se apaixona por Rosa, descobre que a bela rapariga esconde vários segredos macabros, e, ao longo da narrativa, é obrigado a vencer demónios e provar a sua inocência. Desta vez, o mistério do Fantas aliou-se ao amor e Filipe Henriques inaugurou o cinema em língua portuguesa, dando espaço a algumas gargalhadas.

Helena Matos não se assusta com fantasmas e, por isso, é espectadora habitual do festival. Garante que a obra de Filipe Henriques “superou as suas expectativas, pois é um filme bastante cativante”. Há vários anos que não falha uma edição do Cinema Fantástico, mas escolhe sempre os filmes antes de vir. Uma coisa é certa, “é preciso ver filmes” e, bastante satisfeita com a qualidade do festival, tenciona voltar.

A noite ficou ainda marcada por “Haunter“, o multipremiado no Fantas de Vincenzo Natali, e a casa cheia foi mais uma prova da grande adesão no início da 34.ª edição do festival.