Foi no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC) que ligaram os motores e agora estão a fazer as malas, prontas para partir a alta velocidade. O primeiro destino é Amesterdão onde, após seis meses a colecionar workshops e novos clientes, vão apresentar as suas propostas de negócio a potenciais investidores e parceiros, num verdadeiro “Dia D” – chamado de “Demo Day”.

Depois disto partem para Silicon Valley, nos EUA, onde vão ter um mês para aprender e trocar ideias com os maiores empreendedores tecnológicos a nível mundial. Uma região fértil em projetos vencedores e onde Tiago Martins não se importaria de plantar o seu negócio. Diretor da SongVice, uma plataforma online de aprendizagem de música, Tiago admite que ficar nos Estados Unidos é um “sonho” e não tem dúvidas ao afirmar que a região norte-americana é “a Meca do empreendedorismo e da tecnologia de ponta”.

Nelson Pereira, diretor da TOP Research, uma empresa responsável por uma aplicação para gerir ficheiros do computador a partir de dispositivos móveis, partilha o entusiasmo de poder ver crescer a sua empresa, mantendo como “hipótese continuar em Portugal, mas não enquanto mercado“.

UPTEC, o berço da tecnologia

Apesar de estarem de partida, Tiago e Nelson reconhecem a importância do apoio e da formação a que tiveram acesso no UPTEC. O diretor da TOP Research afirma que “a disponibilização de um espaço físico a um custo acessível para trabalhar em conjunto e desenvolver o projeto” tornou viável um projeto ao evitar elevados encargos iniciais. Tiago Martins sintetiza a ideia: “Foi vital”.

Uma escola online em que os alunos também decidem

A SongVice sabe que o ambiente será mais competitivo, mas a tática está definida e a confiança deste grupo de apaixonados pela música eletrónica está no volume máximo. Já para a TOP Research, a principal dificuldade vai ser “vender a marca ‘made in Portugal'”. No entanto, as duas empresas estão orgulhosas por serem duas das escolhidos entre “500 candidatos de vários continentes”. Um sinal da “qualidade das novas startups que estão a surgir em Portugal” e do “know how da Universidade do Porto e do UPTEC”, refere Nelson Pereira.

Tiago Martins não está sozinho. Juntamente com Henrique Caiano, Pedro Moreira e Pedro Silva, detetou uma falha no mercado do ensino de música à distância e criou a SongVice. A plataforma “não é só feita de vídeos tutoriais” e permite que haja um “feedback, no fim de cada curso, por parte do professor”, explica.

Os temas das aulas “vão a votos”, ou seja, são decididos pelo maior número de likes da turma. Até agora, fecharam contrato com várias escolas por todo o mundo, mas curiosamente nenhuma lição é dada a partir de Portugal. As subscrições variam entre os dez e os cinquenta dólares por mês. Só a última escola a entrar conta com uma turma de 30 mil subscritores.

A aplicação que deixa o portátil em casa

Nelson Pereira e Miguel Jesus andavam na faculdade quando sentiram a necessidade de “começar a desenvolver algumas ferramentas de produtividade para o setor mobile que nos permitissem deixar o pc em casa e começar a criar, a trabalhar, a produzir no tablet enquanto andávamos na rua e usávamos os computadores normais apenas em ambiente de escritório ou em casa”, refere Nelson.

Surgiu assim a Top Research, responsável pela aplicação TopFiles, que permite organizar e gerir ficheiros em dispositivos móveis sincronizados com o computador. Em menos de dois meses esta aplicação atingiu o top de países como os Estados Unidos, o Japão, o México e o Brasil.