A Refood é uma organização sem fins lucrativos composta, exclusivamente, por colaboradores voluntários, com uma ação “eco-humanitária” a um nível “micro-local”, que visa recuperar os excedentes de alimentos produzidos em unidades de restauração e distribuí-los por famílias carenciadas.

A ideia, tão simples como apelativa, tem assistido a uma propagação exponencial: começou como um núcleo no coração de Lisboa e, agora, está já presente em quase todas as freguesias da cidade, entre equipas em funcionamento e em estado gestativo.

Cabe agora ao Porto, nomeadamente à zona da Foz, receber esta ideia. Francisca Matos encontrava-se no estágio da licenciatura em Serviço Social quando foi convidada a participar numa reunião “sementeira” para o núcleo da Refood da Telheira, aderindo de imediato. Tendo regressado ao Porto, a sua cidade-natal, cabe-lhe agora dar início ao primeiro núcleo da Refood na zona norte.

Três anos de crescimento constante

Foi durante uma refeição que ocorreu a Hunter Halder a ideia para a Refood: o filho perguntou-lhe a razão por que os restaurantes deitavam comida fora quando havia tanta gente a passar fome. O pai dá uma resposta diplomática sobre a obrigatoriedade legal de os restaurantes se desfazerem do excesso de comida, mas a dúvida cria raíz. Corre o ano de 2011 quando Halder finalmente cria a Refood, com o apoio da paróquia de Nossa Senhora de Fátima.

Atualmente, o projeto possui núcleos em quase todas as freguesias de Lisboa, tendo-se ainda expandido às cidades de Covilhã, Loulé, Sintra e Cascais. Até ao final do ano, esperam contar já com 15 núcleos em atividade e com espaço próprio.

Há candidaturas abertas para voluntários

Em conversa com o JPN, Francisca Matos conta que foi em dezembro, durante um seminário dedicado a voluntariado em tempos de crise, que a ideia nasceu, e a 12 de fevereiro deu-se a primeira reunião para formar os órgãos de gestão. O tempo voa e, nesta quarta-feira, 12 de março, decorre a primeira reunião “sementeira” da Refood Foz do Douro, com presenças garantidas do fundador da organização e do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.

Os contactos com as unidades de restauração já foram iniciados, mas o maior desafio do jovem núcleo é ainda a obtenção de um espaço físico próprio. Para além da apresentação do projeto, a reunião terá também como objetivo a angariação de voluntários operacionais, a quem será pedida uma colaboração de duas horas por semana. Os interessados deverão dirigir-se ao Auditório Carvalho Guerra da Universidade Católica do Porto, pelas 21h desta quarta-feira.