À entrada da feira Qualifica, na Exponor, a primeira banca é a da Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto. Lá, os jovens procuram resposta para os anseios e, após consulta com a psicóloga de serviço, é-lhes traçado um plano de visita que vá de encontro aos seus desejos, mas também às suas apetências.

Para Marta Brito, responsável do espaço, as dúvidas são, normalmente, muito práticas, como “o exame que precisam para entrar em determinado curso ou a área do ensino secundário que vão escolher”. Contudo, são também muitos os jovens que procuram na orientação vocacional uma forma de se decidirem: “Existe um conjunto de dúvidas mais fundamentais, como saber se determinada área é adequada e se deixa prosseguir determinado sonho ou não”.

Na hora da decisão, muitas das vezes, razão e paixão entram em conflito. “Há pessoas que querem viver os seus sonhos e, para elas, as questões de sustentabilidade económica podem não ser tão pertinentes, mas há cada vez mais pessoas que, devido ao clima económico, acabam por encontrar, dentro do que gostam, a profissão que lhes permita ter sustentabilidade financeira”.

Presença habitual nesta banca são os pais que, para Marta Brito, são, de uma forma geral, atentos às escolhas dos filhos e apoiam-nos mesmo quando têm dúvidas e anseios sobre o seu futuro. “Talvez por alguns desses pais virem de gerações onde essas escolhas eram mais limitadas pelos seus próprios pais, agora, dão o benefício da dúvida e uma enorme amplitude de escolha”.

A carreira militar é cada vez mais uma opção

É o caso de Filipe Santos, um dos muitos jovens a quem se aproxima a hora da escolha. Filipe é um rosto atento aos três ramos militares expostos: exército, marinha e força aérea. “O meu pai sempre me influenciou para isto e contou-me histórias sobre o que passou na tropa e isso sempre me puxou um bocadinho”, explica o jovem.

A área dedicada aos militares é uma das maiores da feira e uma das principais em termos de número de visitantes. Os tanques, o caça F16 e a parede de escalada reuniram muitos jovens, uns pela curiosidade e fascínio tecnológico, outros com o futuro em vista. Para Filipe, a opção ” é, de momento, ir para a tropa”. Já Tiago Botica vê como “uma segunda opção se algo correr mal”.

O meio rural como alternativa

O seu sonho é trabalhar com animais, talvez como zoólogo. Um sonho que pode encontrar noutra das grandes exposições da feira: a da Escola Profissional Agrícola de Ponte de Lima. Lá estão animais, como póneis, patos e cabras, assim como plantas hortícolas e florícolas. Adelina Reis, responsável pelo espaço considera esta uma área em expansão. “Ultimamente, temos mais pessoas. A maioria delas os pais já têm plantações agrícolas e vêm aprofundar conhecimentos e acabam por ficar na agricultura como veterinários, por exemplo”.

“Mentes Brilhantes”

Para a diretora da feira, “há excelentes alunos em todo o lado e só é preciso que apareçam e sejam estimulados”. E foi esse o mote para que o tema deste ano da feira tenha sido “Mentes Brilhantes”, inspirado no Ano Europeu do Cérebro.

Em busca de oportunidades

Na Qualifica estão representados os mais variados espaços. Desde a formação artística até à formação desportiva. Instituições como o Instituto de Emprego e Formação Profissional dão a conhecer um conjunto de diferentes oportunidades no mercado laboral e as universidades de todo o país estão presentes para divulgar os diferentes percursos académicos. Uma das apostas deste ano foi o convite endereçado às melhores escolas do ranking nacional, para que “revelem o sucesso desses resultados. Seguramente que eles fazem coisas diferentes que algumas escolas não fazem”, explica Amélia Monteiro.

Mas as possibilidades não se esgotam em Portugal. Mariana Lima acaba de sair de uma banca carregada de bandeiras inglesas que propõe a continuidade dos estudos em solo britânico. “Acho que o futuro vai mesmo passar por Inglaterra. Talvez em algo ligado ao turismo”, confidencia a jovem a quem “a feira ajudou a esclarecer dúvidas”. Um futuro menos incerto e mais esclarecido é o que procuram as mais de 30 mil pessoas que a organização prevê que passem pela feira.