Apesar de a tecnologia da impressão 3D existir já há algumas décadas, nos últimos dois anos tem-se assistido a um “boom” do seu uso com o advento das desktop printers. Com dimensões e custo mais reduzido, a impressão 3D já não é apenas feita a uma escala industrial e o seu uso está mais democratizado.

Essa é um pouco a missão da Extrude, a de facilitar o acesso a uma tecnologia que ainda está a descobrir os caminhos por onde pode enveredar. A Extrude é composta por José Mendanha, Diogo Rocha, Filipe Estrela, Sara Neves e Jorge Alves – juntos venceram, em dezembro de 2013, um concurso na Trienal de Arquitetura, em Lisboa, obtendo como prémio uma impressora 3D fabricada pela portuguesa BEEVERYCREATIVE.

O que é a Impressão 3D?

Funcionando como uma espécie de construção “em altura”, por camadas, a impressão em 3D usa, maioritariamente, como material, polímeros de plástico. Derretido a uma certa temperatura, este material é aplicado pela máquina em sucessivas secções horizontais, segundo um esquema 3D elaborado em computador.

No entanto, à medida que a tecnologia avança, outras avenidas se abrem. No campo da medicina, por exemplo, já se imprime cartilagem em 3D de modo a ser usada como prótese, e a impressão com plasma para a substituição de tecido muscular é já uma hipótese considerada.

“Queremos democratizar o acesso a esta tecnologia”

Mas o que nos oferece, então, a Extrude? Segundo José Alves, “a única dificuldade que uma pessoa neste momento tem com o uso de uma impressora 3D é a questão da modelação, do desenho do projeto”. Os cinco arquitetos oferecem, então, as capacidades técnicas para traduzirem as ideias dos seus clientes, afirmando que “não há limites para as possibilidades”.

Criada nos primeiros meses de 2014, a empresa visa criar uma “plataforma colaborativa para designers e criadores”, sendo que os direitos intelectuais das peças pertencem ao cliente, embora a Extrude possa realizar uma parceria para a comercialização dos produtos criados. Diogo Rocha cita o exemplo de uma cliente que queria produzir cem peças de bijuteria – sendo que, pelos canais normais de produção de polímeros, a encomenda teria de ter um número mínimo de dez mil peças.

Apesar de a atividade da Extrude ser sobretudo comercial, José e Diogo não escondem a agenda mais idealista da empresa. “Queremos democratizar o acesso a esta tecnologia”, assegura Diogo Rocha. “De certeza que vai haver mais gente a atravessar as mesmas dificuldades no desenho que nós atravessamos e o próximo passo seria desenvolver uma comunidade de partilha de ideias e projetos”, conclui.