Os sites de compra e venda de produtos espalham-se pela Internet. Esta nova forma de comércio tem atraído vários adeptos que procuram rapidez e conforto nas suas compras. O Facebook não é exceção. Por toda a rede social encontramos milhares de páginas que competem entre si pelos melhores preços e pelo maior número de clientes.

Se o normal seria ter uma loja dita “convencional” num centro comercial, há quem prefira simplesmente criar uma página no Facebook e começar a vender os produtos imediatamente.

As redes sociais ganham uma nova função: espaço para compra e venda de produtos dos mais diferentes tipos. As páginas que mais predominam são as de venda de roupas, cosméticos e bijuteria. Mas há também quem venda livros, material informático ou bilhetes para todo o tipo de espetáculos.

Para quem vende, as maiores vantagens são mesmo não ter pagar o aluguer de um espaço e poder trabalhar no conforto do lar. Ricardo Ribeiro, criador da página Sr Teste, tinha já um espaço físico de venda de livros. Aquando da criação de um blogue para divulgar o negócio, os compradores começaram a “exigir atualizações constantes no Facebook”. Apesar de nem ser adepto da rede social, Ricardo acabou por ceder e conta já com mais de quatro mil likes.

As principais vantagens apontadas pelo vendedor são a velocidade de propagação de cada post e o elevado número de ligações e partilhas que tornam tudo mais apelativo. Além disso, Ricardo tem outras atividades e a presença do negócio no Facebook permite uma grande flexibilidade no trabalho, ou seja, não tem de ter um horário definido. E apesar da distância com o cliente, o atendimento é pessoal e personalizado. No entanto, quem está do outro lado, não sabe com o que conta.

E-commerce no Facebook

O Facebook vai passar a acolher organizações de e-commerce na classificação e contagem de páginas de empresas. Assim, o número total de páginas de comércio na rede social passa a ser superior a 25 milhões.

E quem compra, confia?

Vânia Tavares e Sofia Ventura são clientes habituais deste tipo de comércio. Vânia procura, nestas páginas, os produtos que não encontra em lojas tradicionais. Já Sofia busca variedade e conforto na hora da compra.

As compradoras concordam que, normalmente, no Facebook, conseguem encontrar produtos que não se comercializam em Portugal. Outro fator determinante é o preço mais acessível que se pratica na rede social, quando comparado com as lojas físicas das marcas em questão.

Um dos maiores receios dos utilizadores é a credibilidade da página. Muitas vezes, há o problema da desconfiança no vendedor, do medo de ver os produtos extraviados ou o dinheiro perdido. No entanto, há quem confie neste comércio, ainda que com algumas reservas. É o caso de Vânia e Sofia, que já realizaram compras pelo Facebook por várias vezes e nunca tiveram problemas.

A mesma sorte não teve Filipa Silva. Quando decidiu experimentar as compras por esta rede social, pagou o produto e nunca o recebeu. “Era um leitor de mp3 que estava com desconto, paguei e nunca o recebi”, afirma Filipa, que agora só faz compras online se conhecer o vendedor. Os riscos são alguns e as políticas do Facebook não são tão restritas quanto deveriam ser.

O outro lado (ilegal) das vendas no Facebook

Os problemas de comprar pelo Facebook não se prendem apenas com a insegurança de receber ou não os produtos ou de perder o dinheiro investido. Recentemente, uma investigação de jornalistas norte-americanos revelou que é possível comprar produtos ilegais, como uma arma, através do Facebook, em apenas 15 minutos.

Segundo as regras da rede social, produtos relacionados com tabaco, drogas ilegais, medicamentos com prescrição médica e armas são proibidos e não podem ter anúncios no Facebook. No entanto, o controlo perante páginas pessoais e privadas é muito reduzido e qualquer pessoa consegue ter fácil acesso a estes produtos, supostamente proibidos.

Perante o descontentamento de muitos grupos, a rede social já tomou medidas mais apertadas que visam controlar a venda de produtos ilegais. Para já, ainda não são conhecidas as novas regras que ainda não entraram em vigor.