A arte de dobrar papel já vive com Gloria Santos e Marta Figueroa desde novas. Gloria conta como tudo começou nas célebres filas para as vacinas. A partir daí o hábito ficou e não a largou. Para celebrar a primavera, fez questão de colorir a entrada da loja com os famosos “Tsuru”, símbolo da felicidade eterna, da prosperidade e da longevidade. Glória explica que nem se lembra das horas passarem e que fica aliciada com o desafio de ver se consegue.

Já Marta não sabe explicar o porquê do seu amor pelo origami. Conta que tal paixão a fez criar o Clube Origami do Porto, que, apesar de estar em “stand by”, chegou a fazer reuniões mensais com novos e velhos que partilhavam a paixão.

Para Ana Cancela, tudo começou numa viagem. “Eu tenho uma paixão muito grande pela cultura asiática, desde pequenina. Quando fui fazer uma reportagem económica ao Japão para a revista Exame, com as entrevistas que fiz no Japão, criei uma rede de contactos”. Foi assim que, quando chegou ao Porto, criou uma loja dedicada exclusivamente à cultura nipónica. É da sua experiência lá que percebe que há um fascínio crescente pela cultura japonesa.

Origami e poesia na FLUP

Esta segunda-feira, 17 de março, vai haver uma sessão de origami na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). Mutações Poéticas, o grupo de poesia da FLUP, organizou a sessão com o objetivo de unir a poesia ao origami. No dia Mundial da Poesia, 21 de março, os poemas selecionados serão distribuídos pela FLUP. A sessão ocorre às 20h30, na sala de reuniões do 2.º piso da FLUP.

Uma terapia chamada “Origami”

Fazer origami é mais do que olhar para um resultado bonito. Gloria Santos acredita nos seus efeitos terapêuticos. “De facto funciona como terapia e também para o uso de memória. É preciso raciocinar, porque existem técnicas especiais e uma terminologia especial”.

Marta Figueroa concorda que os efeitos vão muito além do que está à vista. A fundadora do Clube de Origami do Porto defende que “pode ser um passatempo, mas também tem efeitos terapêuticos. Acabam por estar as duas coisas ligadas. Serve para relaxar, para alguém que está muito tenso”.

Ana Cancela acredita que, para diminuir o ritmo cardíaco, o origami é peça-chave. “Assim como o tricot, o ponto-cruz e outras atividades que desaceleram o ritmo cardíaco. O origami é considerado uma arte que, além de passatempo, está também associado à saúde”.