A situação económica que Portugal vive tem provocado um aumento no consumo de bebidas alcoólicas. Em declarações à Agência Lusa, o médico Augusto Pinto, presidente da Sociedade Portuguesa de Alcoologia, assinala que as dificuldades que os portugueses vivem “podem efetivamente agravar os consumos” e ao mesmo tempo levar “a consumos mais perigosos”, acrescentando que a capacidade de desenvolver doenças “é mais grave nas bebidas destiladas”, comparando com a ingestão de vinho.

Em entrevista ao JPN, Marta Prata, presidente da Alcoólicos Anónimos Portugal (AAP), não esconde que o aumento do consumo de álcool pode ser visto como uma forma de evasão em consequência das carências económicas.

Marta reconhece que atualmente as bebidas alcoólicas são de fácil acesso à maioria da população, mas ainda assim realça que nem toda a gente sofre de alcoolismo.

A presidente da AAP assinala que o diagnóstico de novos casos de alcoolismo demora 1 ano e que isso justifica o facto de, desde que a crise se iniciou, o aumento do consumo de álcool tenha aumentado em Portugal.

Marta Prata destaca ainda que o tratamento ao alcoolismo não pode ser feito de forma isolada mas sim algo concertado para que os casos diminuam progressivamente.