Todos os anos, cerca de 120 mil km2 de território perdem-se para a desertificação e degradação das terras, quando se estima que, no mesmo período, poderiam produzir cerca de 20 milhões de toneladas de cereais.

Foi na devastação ambiental dos desertos que Stéphane Malka, arquiteto francês, se apoiou para a criação da “Green Machine” (“A Máquina Verde”): uma cidade “portátil” e energeticamente autónoma, capaz de produzir energia e recursos suficientes para manter um funcionamento contínuo e reabilitar ecologicamente os territórios desertos. Neste processo, o “combustível” deste “óasis móvel” são os recursos característicos do clima, como o sol forte e o vento. O projeto foi uma parceria entre o arquiteto francês e Yachar Biuhaya, um escritório sediado em Casablanca, Marrocos.

A cidade, construída sobre um tanque gigante, será movida por nove balões, originalmente projetados para transportar foguetes da NASA, com capacidade de 450 m3 de água condensada, transformada em água potável para os sistemas de rega e para consumo próprio. Estes mesmos balões serão equipados com turbinas, com o objetivo que renovar energia continuamente. Nove torres, revestidas com painéis solares, possibilitam a produção de energia tão constante quanto a luz do sol. Na parte urbana da construção, casas, escolas, restaurantes, lugares para lazer e jardins farão parte do mapa, assim como largas plantações: 24.500 m2 de campos de cereais e 4.500 m2 de estufas.

No prazo de dez anos, prevê-se um aumento significativos de espécies de fauna e flora, de pequenos arbustos a grandes árvores; de presas a predadores: um oásis transformado em ecossistema. De acordo com o investigador Allan Savory, se a humanidade fosse capaz de reavivar metade dos territórios de deserto, seria possível regressar ao estado ambiental anterior à era industrial e, em simultâneo, alimentar toda a população do mundo.