“Agora está mais para a direita.” “Sim, mas há bocado estava mais para a esquerda”, refere Paulo Gusmão, responsável pela organização da Mostra da Universidade do Porto. A mancha humana vai-se movendo de capas e folhetos na mão e mostra que há curiosos de todas as cores da universidade.

Em relação ao ano passado, a 12.ª edição da Mostra trouxe ao Pavilhão Rosa Mota mais 29 escolas. Mesmo antes de conhecer os números, a intuição de Paulo já se mostrava certeira ao considerar que esta tinha sido uma “grande edição”. Surpreendido com a forte adesão, destaca a qualidade do trabalho desenvolvido pelos vários stands, cujos temas classifica como “apelativos e dirigidos aos interesses do público”.

Novo plano curricular da Mostra

Paulo Gusmão gostava de fazer uma revisão ao plano curricular da Mostra, isto é, “que os projetos fossem desenvolvidos ao longo do ano numa das disciplinas” e dá nota positiva às faculdades e aos centros de investigarão que já o fazem. De acordo com a organização, Medicina, Engenharia e Desporto foram as áreas que despertaram mais interesse por parte de jovens, professores e famílias, mas a Universidade Júnior não ficou para trás.

Os dias de aulas foram os mais agitados

Nos primeiros dois dias, a Mostra contou com uma afluência maior do que nos anos passados. “Foram dois dias onde houve muita gente e um ritmo de visita muito acelerado”, afirma Paulo Gusmão. Nos últimos dois dias, onde a disponibilidade de tempo por parte dos pais e das próprias pessoas interessadas é muito maior, “o ritmo foi mais lento e as pessoas ficaram mais tempo no pavilhão”.

Para muitos, este é o primeiro contacto que têm com futuros colegas e docentes universitários. Uma oportunidade para tirar dúvidas e dar revisões à matéria das saídas profissionais. A maioria quer entrar no Ensino Superior e uma grande parte até sabe o que irá seguir.

Já os que “andam perdidos” em relação à área, Paulo esclarece que a Mostra pode ser uma ajuda, mas não decide o futuro de ninguém. Em alguns casos, o próximo passo ainda não é sequer na direção da universidade.

A UP vai mostrar-se numa casa nova

Se os jovens ainda estão a decidir para onde ir de livros e bagagens, a Mostra da UP também ainda está à espera de saber onde vai estar no próximo ano. A remodelação do Pavilhão Rosa Mota vai impedir que a 13.ª edição do evento se realize aqui. Segundo Paulo Gusmão, ainda não foi definido um local para a sua concretização.

Na despedida, o Pavilhão ouviu a Grupo de Fados de Engenharia mostrar o seu talento ao público presente e quatro membros da Sociedade de Debates da Universidade do Porto, que deixaram na mesa de voto a questão da privatização ou não do Ensino Superior em Portugal.