É a primeira vez que o álbum “10 000 Anos Depois Entre Vénus e Marte” vai ser tocado na íntegra desde que foi editado originalmente em 1978. E duas vezes, ainda por cima: “O 10 000 Anos será tocado duas vezes no mesmo concerto”, assegurou José Cid em declarações ao JPN. Para além do álbum que motiva o concerto, no intervalo entre as duas reproduções integrais do álbum vão ser tocados os temas “Vida (Sons do Quotidiano)” ou “Cantamos Pessoas Vivas”.

José Cid espera tanto “público mais jovem” como “público mais velho”, da altura em que o álbum foi editado. Havia “uma pressão enorme das novas gerações e da malta do Facebook” para fazer o concerto há muito aguardado, conta. “As nova gerações sabem muito bem o que é bom e o que é mau”.

Mas a verdade é que Cid tentou “fugir a sete pés” de tocar este álbum. “A execução é tecnicamente muito complicada, vocalmente também”, e mesmo que José Cid tenha andado a tocar uma faixa do álbum durante os seus concertos de verão, “o concerto todo é outra coisa”, argumentou. “Tive de chamar outro teclista”.

“Uma obra conceptual”

José Cid defende que “ainda hoje” o 10 000 Anos Depois Entre Vénus e Marte é “vanguardista”. Talvez por isso nunca tenha sido um grande sucesso no seu tempo: “Tive ocasiões nos anos 80 em que tocava os 10 000 Anos Depois Entre Vénus e Marte e toda a gente saía da sala”, recordou.

“Portugal vivia à base do Festival da Canção”, lembra José Cid. “Depois é que apareceram o Rui Veloso, os Xutos, os GNR”, que mesmo assim são “mais light ao pé deste meu álbum”.

No entanto, longe de Portugal, o álbum teve sucesso. Foi editado nos Estados Unidos e na Coreia do Sul. No Japão, “se você tiver um vinil, eles são capazes de lhe dar uns 3500 ou 4000 euros”, garante Cid.

O certo é que as novas gerações descobriram uma das “obras conceptuais” do rock progressivo. E finalmente, pela primeira vez, José Cid vai brindar o público português com a história de um homem e de uma mulher que, 10 000 anos depois da auto-destruição da humanidade, regressam à Terra. E Cid aproveitará para regressar às origens.

O espetáculo acontece este sábado, 12 de abril, às 22h na Alfândega do Porto.