Já dizia Camões, o poeta: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança”. Séculos depois, a empresa de estudos de mercado GfK vem confirmar o dito tão português. Mudanças estruturais e sociais têm moldado o comportamento e hábitos de consumo dos portugueses, que continuam preocupados com a situação económica, mas enfrentam-na com mais confiança.

Segundo a GfK, o Índice de Expectativa Económica dos portugueses revela que o clima de pessimismo persiste, contudo, apresenta uma melhoria comparativamente ao último ano. “O pessimismo acentuado deu lugar a um pessimismo moderado e é na Região Sul que este indicador apresenta uma maior expressão (-50%)”.

Em contraste com o Sul do país, onde o Índice de Felicidade é de apenas 49%, o Grande Porto e o Norte Litoral apresentam o valor mais representativo no que diz respeito ao bem-estar e felicidade, com um satisfatório 66%. No geral, os portugueses mantêm-se num estado de bem-estar moderado, ficando pelos 65% no Índice de Felicidade.

Para onde vão os euros portugueses

Na avaliação socioeconómica, a GfK dá conta que as principais categorias que compõem a despesa anual média são “comunicações”, “hotéis e restaurantes” e “lazer, distração e cultura”.
Relativamente à despesa anual média por agregado, verifica-se que nos agregados com crianças dependentes, o valor médio é de 26 775 euros, enquanto os agregados sem crianças dependentes registam, em média, 16 705 euros de despesa anual.

Em termos de regiões, a Grande Lisboa destaca-se no que diz respeito aos gastos anuais, com uma média de 22 384 euros. Segue-se-lhe o Norte com uma média de 20 671 euros.

TIC: Tecnologia e Informação dos Consumidores

A GfK avaliou também a ligação da população portuguesa ao mundo tecnológico e concluiu que 62% da população tem um dispositivo que permite o acesso à Internet. O valor representa uma quebra face a 2011, quando essa percentagem era de 64%.

O Índice de Potencial das Regiões, desenvolvido pela GfK revela que também o Norte Litoral (67%) e a Grande Lisboa (66%) levam vantagem face às outras regiões. O Interior (49%) e o Centro Litoral (48%) são as regiões mais desligadas do mundo digital.

De facto, a relação com a tecnologia digital é diferenciada entre a população portuguesa: 16% dos portugueses assume uma postura digital, enquanto 49% não possui meios ou não tem interesse em aceder ao mundo digital.