O departamento de Ciências Técnicas do Património da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) está a organizar um conjunto de iniciativas relacionadas com os 40 anos da revolução de abril.
As conferências têm como objetivo avaliar as diferenças nos domínios da Arqueologia, História da Arte e Museologia, ao longo destes 40 anos. Para tal, vários são os convidados que vão participar nos dois dias do ciclo.
A apresentação foi feita esta quarta-feira, no anfiteatro nobre da FLUP, pela diretora da faculdade, Maria de Fátima Marinho, e por Rui Centeno. A diretora elogiou a iniciativa, ao afirmar que esta “não só mostra o dinamismo de um departamento, como também demonstra reflexões relacionadas com outros departamentos”.
A importância da democracia no património nacional
Augusto Santos Silva, licenciado em História pela FLUP e forte interveniente na Revolução dos Cravos, iniciou o ciclo de conferências, com a sessão “A democracia portuguesa face ao património cultural”.
O docente da Universidade do Porto referiu nomes de personalidades como Manoel de Oliveira, Sophia de Mello Breyner, Luís de Camões, Fernando Pessoa e Saramago, para salientar o reforço da importância dada à Cultura, depois de 1974.
Nas palavras de Augusto Santos Silva, depois da revolução, “o património cultural português ganhou um novo sentido e permitiu distinguir a cultura portuguesa das restantes, elaborando assim uma identidade e singularidade portuguesas”.
O historiador afirmou que a democracia deu um nova liberdade à cultura portuguesa e fez com que a identidade nacional marchasse rumo ao povo, uma vez que “a discussão sobre o património português só podia ser discutida em democracia”.
Augusto Santos Silva terminou com um apelo ao portugueses: “Talvez percebamos melhor quem somos nós se procurarmos perceber por que é que insistimos tanto em perguntar quem somos”.
O conjunto de iniciativas organizadas pela Faculdade de Letras termina amanhã, dia 24 de abril, com a cerimónia protocolar às 18h30, no anfiteatro nobre.