A proposta de aprovação da extinção da Garraiada, uma das tradições da Queima das Fitas, partiu da Associação de Estudantes do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (AEICBAS) e foi discutida em Assembleia Geral da Federação Académica do Porto (FAP).

Pedro Ribeirinho Soares, presidente da AEICBAS, inaugurou o coro de vozes contrárias, ao qual se juntaram a Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências (AEFCUP), a Associação de Estudantes da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação (AEFPCEUP) e a Associação de Estudantes da Faculdade de Direito (AEFDUP). Foram estas quatro que votaram a favor de uma proposta que nove recusaram e sobre a qual outros nove não quiserem tomar uma posição.

Uma discussão que, apesar de não ver o seu objetivo cumprido, deixa confiante o presidente da Associação da Faculdade de Letras (AEFLUP), “anti-Garraiada” desde 2011. “Nós fomos uma das primeiras associações a posicionar-se contra o financiamento da Garraiada pela Federação Académica do Porto. Estamos muito contentes que outras associações tenham seguido esse caminho e sentimos que cresce já uma grande consciência crítica em relação a esta atividade”, afirma José Miranda.

Poderá esta ser a última Garraiada?

A associação não esteve presente na Assembleia Geral e, por isso, não teve voto na matéria. No entanto, no próximo ano, a esperança está depositada na criação “de um consenso alargado”, na sequência de um debate sobre o tema no seio de cada faculdade.

Para José Miranda, não só está em causa o sofrimentos dos animais, como também o serviço de interesses que considera “particulares”, mas que não identifica. A mensagem do presidente da AEFLUP é clara. “Não vale a pena estar a inventar tradições que não existem”, remata.

O JPN tentou entrar em contacto com as quatro associações que votaram favoravelmente a moção, mas apenas Pedro Ribeirinho Soares, presidente da AEICBAS, e André Hüsgen, presidente da AEFDUP, se mostraram disponíveis para falar sobre o assunto. (ver fotogaleria em baixo)