Mais de dez mil portuenses vivem em ilhas, em condições precárias. Cerca de 13 mil famílias vivem a céu aberto, por toda a cidade.

O início de um “basta” a estas condições é concretizado com a criação do Laboratório de Habitação Básica e Social (LAHB Social) e inclui um protocolo de colaboração com a Cooperativa de Ensino Superior e Serviço Social do Porto (CESSS/ISSSP).

Moradores e associações existentes são chamados a participar no travão às condições – ou falta delas – que os tocam.

Ilhas? Sim, e procuram terra de conforto “à vista”

O que são, afinal, “ilhas”? Edifícios unifamiliares, normalmente de um piso, separados ou ladeados por um corredor de acesso à via pública. São um tipo de habitação operária típica do Porto no século XIX, mas a falta de condições que as caracterizam devem deixar de ser tradição.

Muito a fazer, muito a cumprir

Há muitos casos, muito a cumprir. A inclusão e reintegração social estarão na mira deste protocolo, assim como a identificação da situação social, económica, demográfica e física das ilhas e bairros populares.

Materiais e tecnologias inovadoras serão instrumentos de ação dos centros experimentais de habitação básica. A estas ilhas e bairros sociais vão, também, desaguar projetos de “reanimação de serviços de proximidade” e “atividades económicas, culturais, artísticas e associativas de âmbito local”.

O projeto visa promover a “habitação básica”, definindo-a como “um conjunto de estruturas físicas elementares”, composto por “casas, espaços públicos e de uso comum, infra-estruturas de água, saneamento e energia, serviços de educação e saúde” e “espaços produtivos e de ócio que satisfazem as necessidades essenciais de residência”, escreve-se no protocolo.

A ilha da Bela Vista é prioritária neste projeto, uma vez que é a única da cidade que é propriedade do município. A proposta vai ser apresentada na reunião camarária de terça-feira, 6 de maio, por Manuel Pizarro.