Vivemos numa sociedade onde todos os jornais diários têm uma secção de astrologia e nenhuma de astronomia e onde o cidadão comum mais facilmente indica o nome de cinco jogadores da seleção nacional do que de cinco planetas do nosso sistema solar. Ainda assim, Pedro Avelino, um dos diretores do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP), acredita que a consciência da astronomia nas massas tem vindo a melhorar.

“Existe cada vez mais interesse na nossa área, e somos consultados pelos media sobre fenómenos astronómicos cada vez mais” assegura o astrofísico. “A minha percepção é que as pessoas têm noções cada vez mais informadas sobre astronomia”. O diretor do CAUP gosta de pensar que algum desse crescente interesse se deve ao primeiro dos três grandes pilares de ação do Centro que coordena: a divulgação das ciências espaciais. Este será o pilar onde é mais difícil medir o sucesso da ação, mas o mesmo não se verifica nos outros dois.

Com orgulho, Pedro Avelino aponta o CAUP como a maior unidade de investigação do país, e a única a obter a classificação máxima por parte da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Desde a última avaliação, em 2007, que o número de investigadores associados duplicou, e o número de publicações académicas quadruplicou. O sucesso no pilar da investigação está assegurado. Quanto ao pilar da formação, o CAUP assegura licenciaturas, mestrados e doutoramentos na área, contando já com 140 pós-graduações completadas.

Mas estes são apenas os marcos passados, lembrando aquele cliché da luz de estrelas que nos chega com décadas de atraso. Para o futuro, Pedro Avelino aponta duas supernovas prestes a nascer no CAUP. A mais impactante é a fusão que está a ser negociada com o Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa (CAAUL), que permitirá “aumentar a massa crítica e capacidade de Portugal participar em projetos de ciência do espaço como os promovidos pela Agência Espacial Europeia”, e que permitirá ainda ao CAUP oferecer bolsas de estudo em pós-graduações. Num registo mais corpóreo, Pedro Avelino anuncia que já está encomendado um novo projetor para o Planetário, completamente digital e “capaz de projeção imersiva a um nível ainda não visto em Portugal”.

A partir das 15h de domingo, 4 de maio, são vários os eventos que vão marcar o 25.º aniversário do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto. Para além das habituais “viagens” pelo sistema solar que o Planetário proporciona, os visitantes mais novos poderão também inscrever-se em workshops de aprendizagem, como “A impressão digital dos astros” (para maiores de 15) e “À descoberta do sistema solar” (para menores de 12). Todas as inscrições são gratuitas e apenas poderão ser realizadas no local.