Todos os meses são recusadas 5737 ofertas de emprego em Portugal. Os dados que dão conta desta média mensal desde o inicio do ano são avançados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional.

Em 2013 apenas 60% das 137 456 ofertas de emprego foram preenchidas, o que deixa um total de 40% das propostas recusadas pelos portugueses. Embora a Agricultura seja o setor mais afetado, com as empresas a contratarem cidadãos de outras nacionalidades para ocuparem os postos de trabalho, os restantes setores também sofrem os danos.

Leonor Pinto tem 24 anos e estudou Farmácia na Universidade Fernando Pessoa. Neste momento está desempregada mas ajuda o pai na empresa. Leonor conta que já recusou um emprego porque “era uma situação de apenas seis meses” e, “além disso, o ordenado era baixo”. Para a jovem, as despesas de transportes e refeições não compensavam o emprego.

Já Williams Marques tem 28 anos e o 12.º ano feito. Ao contrário de Leonor, Williams já recusou duas ofertas de emprego: “O primeiro foi quando sai de uma empresa e não aceitei ir trabalhar para uma empresa concorrente. A segunda foi para ir trabalhar para um familiar”, conta.

Sobre a recusa das oportunidades de emprego pelos jovens, Williams acha que os rendimentos sociais também facilitam estas decisões. “Em alguns casos as pessoas não se sujeitam a trabalhar numa profissão que não gostam ou em que ganhem menos”, completa o jovem.

A taxa de desemprego em Portugal

Apesar da taxa de desemprego ter diminuído nos últimos meses e ter chegado aos 15,3% em Março, no que toca aos jovens a taxa de desemprego voltou a subir. Cerca de 135 mil jovens portugueses estavam desempregados no mês de Março.

Leonor Pinto, por outro lado, acredita que os jovens recusam ofertas de emprego porque o salário não corresponde às qualificações. “Na minha área existem farmacêuticos a serem pagos de forma igual ou até menor que um técnico de farmácia. E a responsabilidade e conhecimento de um técnica à partida e de uma forma geral não é igual à de um farmacêutico”.

A procura por um futuro melhor parece continuar a ser um dos objetivos dos jovens portugueses. Conseguir um emprego com uma remuneração adequada e onde se sintam realizados é uma das preocupações dos portugueses, mesmo que para isso tenham de recusar propostas de trabalho.