As empresas de média e alta tecnologia registaram um crescimento de 8% no tecido empresarial português, entre 2010 e 2012. Os dados foram avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) que também dá conta que são estas empresas que mais investem em investigação e desenvolvimento.

Estas sociedades de que fazem parte setores tão variados como farmacêuticas, fabricantes de automóveis, de máquinas e equipamentos ou de aeronaves tem também trabalhadores que são melhor remunerados. Em 2012, os trabalhadores das empresas de média e alta tecnologia recebiam em média 1449 euros por mês. Este valor é superior em 463 euros à média paga pelo total das organizações.

Portugal na Europa

Portugal ocupa a 15.ª posição na lista dos 18 Estados da União Europeia em relação ao peso dos setores de média e alta tecnologia no tecido empresarial. Segundo os dados de 2011, a Hungria, Alemanha e República Checa são os países onde este setor mais contribuiu para o VAB não financeiro.

Mas são aquelas a que o INE chama de “sociedades dos serviços intensivos em conhecimento de alta tecnologia”, que incluem produção de cinema, rádio e televisão, telecomunicações ou investigação científica, que maior remuneração apresentaram. Um trabalhador deste setor recebe, em média, 1764 euros. Para além dos salários mais altos, estas empresas conseguiram ter uma produtividade aparente duas vezes superior, com cada pessoa a produzir mais de 69 mil euros.

Enquanto no geral o tecido empresarial investe 1500 euros por ano por empresa, as indústrias de alta tecnologia investem um valor de 30 mil euros por ano. São estas empresas que mais contribuem para o valor acrescentado bruto gerado pelo total das empresas nacionais não financeiras. Apesar deste setor englobar apenas 3,1% das empresas portuguesas, em 2012 tinham um valor de 12% no Valor Acrescentado Bruto total português.

As empresas de média e alta tecnologia são as que apresentam maior crescimento no tecido empresarial português, com o maior crescimento em relação às exportações, em termos de venda internacionais, com melhor ritmo que as restantes empresas portuguesas.