É uma “imagem de marca” e está de volta à Invicta. O Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI) pretende reforçar as competências europeias no que diz respeito à cultura e, por isso, concentra mais de uma dezena de companhias portuguesas e estrangeiras em vários espaços no Porto.

Na 37.ª edição, o Teatro Nacional de S. João (TNSJ) é cofinanciado pelo ESMARK, um programa europeu responsável por gerar uma sociedade cultural com oportunidades geradoras de emprego e riqueza, a nível local e transacional.

Um dos intervenientes da apresentação, José Ramón Penã, defendeu que reforçar as competências culturais europeias é um dos objetivos. O diretor geral de Políticas Culturais da Junta de Castilla y León, um dos criadores da rede ESMARK onde se insere o FITEI, valoriza a iniciativa, na medida em que é possível “reforçar o diálogo intercultural entre países, amigos e vizinhos” e formatar a circulação de companhias locais e profissionais.

ESMARK

O projeto ESMARK, coordenado pela Junta de Castilla y León, integra a Feria de Teatro de Castilla Y León (Ciudad Rodrigo), o FITEI – Festival Internacional de Expressão Ibérica (Porto) e o Festival de Teatro Don Quixote (Paris). O arranque foi em 2013, em Ciudad Rodrigo e em Paris. Em 2014 chega ao Porto e volta a passar pelas cidades anteriores. A rede ESMARK assinala a importância de manter o envolvimento do setor público nas ações culturais, de produção e divulgação, até a nível da internacionalização.

O festival mais antigo do país foi planeado em apenas três meses, uma vez que, em janeiro, a demissão de Mário Moutinho motivou a eleição de uma nova direção do festival. O atual presidente, Jorge Ribeiro, refere que o festival só acontece graças às “muitas ajudas e muitos amigos”. O corte, pelo segundo ano consecutivo, no apoio da Direção-Geral das Artes vai obrigar a que o festival seja repensado. Outro dos patrocinadores do festival ibérico é o município, que se fez representar, nesta sessão, pelo vereador da Cultura, Paulo Cunha e Silva, que disse que “a política serve para dar espaço aos outros”, apesar de considerar que a Câmara Municipal não pôde atribuir, ao festival, o apoio de que gostava.

“Acreditávamos que era possível realizar”, esclarece o atual tesoureiro do FITEI, Manuel Laurestim. Para o festival, concorreram mais de 100 companhias, o que mostra “a capacidade do FITEI” e a “qualidade dos profissionais”. “É um programa de alta qualidade e com reconhecimento internacional”, refere o tesoureiro.

A 37.ª edição do festival fica orçada em “200 e pouco mil euros” e, este ano, insere espetáculos de dança durante os dez dias de cultura. Vários locais da cidade vão acolher perto de 20 espetáculos e seminários de teatro.