O contributo de dezenas de artistas está à vista a partir desta quinta-feira, 15 de maio, na Fábrica Social, no Porto. A exposição faz parte de uma iniciativa composta por dezenas de exposições, espetáculos e performances a decorrer no Porto, Lisboa e Londres.

“Estas obras são das poucas coisas boas que no meio desta crise toda poderiam ficar em Portugal.” Para Carlos Cabral Nunes, curador da exposição, esta iniciativa surge como resposta a decisões políticas e pretende levar a que “a que as pessoas percebam que podem gostar ou não das obras mas não é isso que está em causa, é um património nacional que nos transcende no tempo. É como venderem os Clérigos ou os Jerónimos”.

A exposição reúne o trabalho de todos aqueles que que quiseram dar o seu contributo. Numa primeira fase, foram contactados artistas, compensadores, escultores e instituições ao que se seguiu a abertura de uma convocatória pública (ainda a decorrer para as exposições de Lisboa e Londres) que dá a possibilidade aos interessados de enviar os seus contributos, desde textos a pinturas e esculturas. Apenas algumas foram escolhidas para a exposição mas todas podem ser vistas no site oficial do evento.

A indignação também levou Cristina Troufa a expor o seu trabalho. “É uma forma de chamar à atenção, de agitar, de gritar um bocadinho através da arte e dos artistas darem a sua opinião”. Contente com o resultado, acredita que esta iniciativa poderá chegar até aos mais indiferentes com a situação, pois “pessoas que apreciem a cultura vão ver isto como uma forma de reclamar a situação e de dar o seu contributo”. Também foi uma a sensação de responsabilidade que o levou a movimentar a sociedade para tomar consciência deste problema. Para Carlos Cabral Nunes, esta “é mais uma iniciativa para sensibilizar as pessoas e não deixar que o assunto morra”.

A exposição reúne 85 obras de todos aqueles que quiseram participar nesta causa e vai estar aberta ao público até 14 junho.