No Mundial de 1994, nos Estados Unidos da América (EUA), para contrariar a fraca qualidade do futebol apresentado na edição anterior, a FIFA procedeu a algumas alterações que visavam preservar a qualidade do espetáculo. Entre elas, o benefício do lance atacante – em situações de dúvida -, a punição com cartão vermelho em entradas por trás e em situações de jogadores isolados a caminho da baliza, e os três pontos em caso de vitória, ao contrário dos dois habituais. Com esta última alteração, a FIFA valorizava e fomentava a busca pelas vitórias. Esta edição acabou por ter mais 26 golos do que a transata.

Na fase de grupos, o grande destaque vai, inevitavelmente, para a supensão de Maradona. O astro argentino, que voltava a capitanear a seleção celeste, foi apanhado num controlo anti-doping e suspenso pela FIFA durante 15 meses. Ainda atuou nos primeiros dois jogos da seleção argentina – nas vitórias sobre a Nigéria e a Grécia – e marcou um golo, mas foi impedido de dar o contributo nos restantes jogos. Sem Maradona, e apesar de contar com nomes como Batistuta, Ariel Ortega, Diego Simeone ou Caniggia no elenco, a seleção das pampas seria precocemente eliminada do mundial norte-americano.

Curiosidades

O Mundial dos Estados Unidos permanece como o mundial com mais espectadores, com cerca de 3,6 milhões de pessoas a aderirem aos jogos.

O Campeonato do Mundo de 1994 foi o primeiro em que se realizaram jogos indoor. O Estados Unidos – Suíça disputou-se no Pontiac Silverdome, no Estado do Michigan.

Gianluca Pagliuca, guarda-redes italiano, foi o primeiro guardião a ser expulso numa partida do Mundial. Frente à Noruega, Pagliuca tocou a bola com a mão fora da grande área e foi punido com o cartão vermelho direto.

A final de 1994 foi a única da história dos Mundiais a terminar sem golos.

O papel de grande surpresa desta fase da competição, em termos coletivos, coube à Colômbia. Com uma das melhores gerações de futebolistas da história do país, no qual despontavam nomes como Asprilla, Valderrama e Rincón, os cafeteros eram apontados como uma das seleções favoritas a chegar longe na prova. Contudo, com apenas uma vitória, acabariam no último lugar do grupo. Em contraponto, a boa surpresa ficou a cargo da Arábia Saudita.

Estreantes em mundiais, os asiáticos conseguiram apurar-se no primeiro lugar do grupo F, após vitória sobre a Bélgica de Preud Homme, com um golo fabuloso do até então desconhecido Saeed Al Owairan.

Sem problemas em avançar para a fase seguinte estiveram os favoritos Brasil e Alemanha. Os campeões em título, liderados pela veia goleadora de Klinsmann, venceram o grupo de forma categórica, cedendo apenas um empate diante da seleção espanhola. O Brasil, à procura do tão almejado tetra, e guiado pela famosa dupla de goleadores Romário e Bebeto, também conquistou o primeiro lugar do grupo, com 7 pontos, cimentando a posição de candidatos ao troféu.

Suécia “amarelou” ainda mais o pódio

Para a fase a eliminar do torneio passavam o primeiro e segundo de cada grupo e ainda os quatro melhores terceiros. Como melhores terceiros seguiram em frente a Argentina, a Bélgica, os anfitriães Estados Unidos da América e ainda a Itália, que acabaria por se tornar vice-campeã.

Nesta fase a eliminar, o destaque vai para o Brasil e para a Itália, campeão e vice-campeã, respetivamente, mas também para os outros semi-finalistas da competição: a Suécia e a Bulgária. A seleção escandinava e a do leste europeu foram as surpresas do torneio e disputaram o terceiro e quarto lugares entre si, acabando a vitória e a medalha de bronze por sorrir à Suécia, após vitória esclarecedora por 4-0.

Na final, Brasil e Itália proporcionaram um emocionante duelo e foi até necessário recorrer às grandes penalidades para se encontrar um vencedor. Aí, o Brasil sobressaiu com três grandes penalidades convertidas contra duas italianas. A seleção “canarinha” alcançou a vitória final no Mundial com Romário e Bebeto a formarem uma mortífera dupla de ataque.