O mergulho é um desporto cada vez mais praticado em Portugal, influenciado pela vasta costa marítima e condições climatéricas do país. O mergulho amador para fins recreativos atrai portugueses e turistas, mas as características deste desporto exigem um conjunto de processos burocráticos e custos que são, por vezes, difíceis de contornar.

Fernando Marques, professor na Academia de Mergulho do Porto, já mergulhou um pouco por todo o mundo: Austrália, Filipinas, Alasca e Egito são apenas alguns dos exemplos dos países que já conheceu. Em conversa com o JPN, Fernando Marques explica como o mergulho funciona em Portugal e o porquê de este ser um desporto tão procurado.

Em Portugal, quem se quiser dedicar à prática de mergulho necessita de documentação própria. Para poder explorar o território subaquático português é indispensável obter um título nacional de mergulho ou uma certificação emitida por uma entidade internacionalmente reconhecida. No mergulho existem vários níveis, que podem ser conquistados através de formação e experiência. O nível 1 relaciona-se com um “mergulhador supervisionado”, o nível 2 corresponde a um “mergulhador autónomo” e o nível 3, topo desta hierarquia, concede o título de “líder de mergulho”.

No entanto, este continua a ser, segundo Jorge Marques, um desporto que exige elevados custos. Um conjunto básico de mergulho aproxima-se dos 1200 euros, enquanto o preço de um curso ronda os 375 euros. A estes gastos soma-se o preço de um exame para obter certificação, que se fixa nos 75 euros.

“Ninguém fala debaixo de água. É uma paz de espírito incomparável, só nós e a natureza”

Jorge Marques não poupa os elogios ao mergulho, apontando-o como uma forma de se abstrair dos problemas, conhecer locais novos e conjugar as suas três paixões: “Ensinar, mergulhar e viajar”. “Ninguém fala debaixo de água. É uma paz de espírito incomparável, só nós e a natureza”, refere.

Também conta que em Portugal há vários pontos a não perder na área do mergulho, que acabam por atrair centenas de turistas ao território nacional. Os Açores, Berlengas e Peniche são apontados como as melhores zonas para praticar mergulho, enquanto o Norte vence o título de pior. João Marques conta que no Porto chega a ser perigoso praticar mergulho, devido às fortes correntes que se fazem sentir.

O surf também dá cartas

Quem nunca foi à praia e se deparou com as ondas marcadas por dezenas de pranchas de surf? Em Portugal, dificilmente alguém poderá dizer que nunca o experienciou. O surf tornou-se num dos desportos-rei em Portugal e atrai pessoas de todo o mundo que desejam comprovar se as ondas do país são tão boas como se diz.

António Mamede, 23 anos, instrutor na escola Surfing Life Club, no Porto, aponta a época do verão como o pico da procura do surf pelos turistas. António conta que já ensinou muitos turistas a fazer surf, principalmente os habitantes dos países nórdicos, que procuram Portugal pelo clima e pelas ondas. Segundo o instrutor, muitos turistas regressam ano após ano, para repetir a experiência.

A pensar nos turistas que procuram o surf em Portugal, há já várias escolas que promovem atividades exclusivamente destinadas a estrangeiros. João Diogo Santos, diretor da escola Surfing Life Club, afirma que já existem vários métodos utilizados pelas instituições de ensino de surf, inclusive sistemas de transporte privado providenciado pelas próprias escolas, para transportarem os turistas do hotel para a praia e o inverso.

As zonas indicadas para a prática de surf são várias, mas entre os surfistas há uma opinião bem marcada acerca de quais são as praias mais desafiantes. Se no Norte se destacam Leça da Palmeira, Matosinhos e Aveiro, no Centro a distinção é dada a Peniche, Ericeira, Figueira da Foz, Foz do Arelho e Praia Grande. Carcavelos, Guincho, Caparica e Sagres completam a lista, que demonstra que em Portugal o surf se faz por toda a costa.