Ana Isabel Reis e Ricardo Pinto passaram pela Rádio Universitária do Porto com o programa "Menos que Zero". O JPN reuniu os antigos colegas de rádio para relembrarem o programa, os espaços e avivarem memórias.

Ana Isabel Reis começou na RUP porque não tinha sotaque do Porto. Veio de um jornal de Sintra para não regressar mais à imprensa. Com Ricardo Jorge Pinto, Rosa Azevedo, Ana Paula Ferreira, Miguel Gaspar, Helena Sousa e Sérgio Reis criaram o “Menos Que Zero”, um programa informativo semanal, de uma hora, que tinha alguma música e começava às nove da noite, todas as quartas feiras.

Menos que Zero – Emissão #1

“A rádio era muito cinzenta” naquela altura, aponta Ricardo, para elogiar o dinamismo da RUP. Sem regras jornalísticas e com ingenuidade, “era muito fácil ser inovador” e tornar esta rádio pirata numa referência na cidade. Mas “se havia grande margem para inovar, havia pouca para errar”. A vantagem era que ninguém alguma vez os chamou à atenção para o conteúdo. Em termos técnicos já era diferente, mas os meios eram escassos, “era tudo muito raw“.

Quanto a dinheiro, nem vê-lo. Não se recordam sequer de estar à espera disso. “Nós rezávamos era para que ninguém nos pedisse dinheiro”, conta Ricardo entre risos. Apesar de não haver telemóveis ou tablets, as coisas corriam mal pelos mesmos motivos que correm hoje: “Ou porque o microfone não abriu, ou porque não se baixou suficientemente o volume da música”, exemplifica a atual professora da unidade curricular de Rádio na Universidade do Porto. “Não tem a ver com a máquina, tem a ver com quem lida com a máquina”, diz.

 

Ricardo Pinto é agora diretor adjunto da Agência Lusa e ainda se recorda de se ter cruzado com Aurélio Gomes, outro colaborador na Rádio Universitária do Porto, um dos poucos da área de entretenimento da RUP – senão o único -, que tem alguma visibilidade nos dias de hoje.