Mário Florido era aluno da Faculdade de Ciências quando entrou para a Rádio Universitária do Porto. Apaixonado pela música, ia dos laboratórios para os estúdios fazer novas experiências e encontrou no programa "Porto Franco", uma fórmula de sucesso.

Para muitos, os anos 80 foram uma década de ouro, de onde saíram as melhores canções e Mário Florido encontrou essa jóia sintonizado na Rádio Universitária do Porto. A criação de uma rádio dentro da própria universidade foi música para os seus ouvidos e inscreveu-se com mais amigos para fazer aquele que seria durante dois anos o “Porto Franco”.

25 anos depois, não foi preciso ficar ligado à frequência 99.4 para encontrar as histórias, as músicas e as conversas que fizeram da Rádio Universitária uma emissora com vida.

Apesar do programa contar com uma patrocínio de uma discoteca e de uma loja de instrumentos, ainda era preciso levar a discografia de casa para dar música ao programa.

Mas nem só de música se alimentava o programa e durante dois anos, foram vários os artistas conhecidos que passaram pela RUP. Não foram precisos muitos ensaios para as entrevistas serem afinadas e apesar da inexperiência dos locutores, a conversa fluía: “Não fazíamos nenhuma ideia do que estávamos a fazer em termos de regras jornalísticas, mas as coisas funcionavam”. Prova disso foi Rui Reininho, que veio diretamente da Invicta para o “Porto Franco”.

25 anos depois é fácil ouvir música alternativa na rádio. Mas para isso acontecer foi preciso “uma mudança muito grande, nos anos 80”, que lançaram uma nova voz à música: “A noite do Porto, os novos bares que abriam, a música nova que se estava a fazer, o início das rádios e a vontade das pessoas de fazerem coisas novas, também explica um bocado o sucesso da Rádio Universitária do Porto”. Mas para estes pioneiros, como é que seria o “Porto Franco” de hoje?

A RUP era “uma voz diferente” e “chegou a ter audiências muito fortes na cidade do Porto, foi pena na altura ter-se perdido essa voz. Quando se perdeu a rádio ficou mais toda igual, na minha opinião”. Mas qual era o ingrediente secreto para esta receita de sucesso?

Apesar de nunca mais ter experimentado a “ciência” da rádio, Mário Florido continua ligado à música e dá voz a outros palcos.