A 5.ª edição do Festival “Chantiers d’Europe“, organizado pelo Théâtre de la Ville, em Paris, vai ser dedicada a quatro países da Europa do sul.

Para Jacqueline Magnier, relações públicas do teatro, é importante a participação de Portugal, Espanha, Itália e Grécia por serem países que estão a atravessar situações económicas e financeiras difíceis. “É um momento de partilha, para defender, valorizar e reafirmar sonhos comuns aos cidadãos europeus”.

De 3 a 28 de junho, o festival vai receber novas gerações de artistas e apresentar profissionais de renome dos países convidados. O Théâtre de la Ville, dirigido pelo encenador lusodescendente Emmanuel Demarcy-Mota, será o epicentro de todo o festival, que vai passar por cerca de 20 espaços culturais em Paris.

Emmanuel Demarcy-Mota criou o conceito do “Chantiers d’Europe”, em 2010. O festival é dedicado à criação contemporânea e, em cada ano, convida um ou vários países da Europa para mostrar os trabalhos dos seus artistas em vários domínios, como o teatro, a dança, a música, as artes plásticas e a literatura.

“Chantiers d’Europe”

A primeira edição do Festival “Chantiers d’Europe” foi dedicada a Itália, a segunda edição à Grã-Bretanha e a Itália; a terceira edição à Grécia e a Itália; e a quarta edição a Portugal.

“Chantiers d’Europe” pretende, para além de promover a atividade artística, “criar uma espécie de fraternidade” entre os países europeus, refere Jacqueline Magnier. É com este convívio que o Théâtre da la Ville divulga os trabalhos dos países convidados e dá a conhecer as suas diferenças artísticas: “Aprender a conhecer as suas abordagens, os seus projetos, medir as distâncias que os separam – ou não – das nossas visões”.

Objetivo para a 5.ª edição

“Pode ser também uma resposta aos resultados das últimas eleições europeias… A necessidade do “Chantiers d’Europe” impõe-se ainda mais este ano. A cultura, como uma arte de patilha, lugar de cidadania e espaço de criação, verifica-se mais do que necessário”, explica Jacqueline Magnier.

Portugal vai dar a conhecer trabalhos artísticos na dança, na música, no teatro e no cinema. Esta semana, está em destaque o espetáculo “Jim”, do coreógrafo Paulo Ribeiro, sobre a música de Jim Morrison e dedicado ao compositor e pianista português Bernardo Sassetti. Portugal leva ainda ao festival nomes como Paulo Lameiro e Orquestrada, na música, e Teatro Praga e Cão Solteiro, no teatro. No cinema, o Centro Cultural de Camões apresenta “Visões sobre o cinema lusófono”, com filmes e debates que irão decorrer ao longo do festival.

Estabelecendo parcerias com vários institutos culturais, o Théâtre de la Ville acompanha os trabalhos dos artistas que passam pelo festival e promove os projetos e os compromissos em França e na Europa. O festival acaba também por proporcionar novas formas de diálogo e de parcerias com outros teatros, com outras estruturas internacionais e com os meios de comunicação.

O programa português conta com o apoio da EGEAC, da Fundação Calouste Gulbenkien e da Embaixada de Portugal, em Paris. Desde a participação de Portugal na 4.ª edição, o Instituto de Camões de Portugal tem colaborado com o festival e levado participantes portugueses, no âmbito das atividades do Centro Cultural Português.