Depois da goleada sofrida frente à Alemanha (4-0) e do empate da Mannschaft diante do Gana, Portugal entrou na partida deste domingo frente aos EUA com uma necessidade extrema de vencer para continuar a depender apenas de si próprio.

A seleção das Quinas até começou bem e, aos cinco minutos, adiantou-se no marcador, com um golo de Nani. O extremo português aproveitou bem uma bola mal aliviada pela defensiva norte-americana e na cara de Tim Howard, com muita calma, não desperdiçou.

Depois do golo, Portugal recuou no terreno e entregou a iniciativa de jogo aos americanos, que, em algumas situações, estiveram perto do golo. À entrada para o intervalo, os portugueses podiam ter feito o 2-0, mas um remate de longe de Nani encontrou o poste da baliza de Tim Howard. Na recarga de Éder, o guarda-redes que atua no Everton protagonizou uma das melhores defesas do Mundial até ao momento.

No intervalo, Paulo Bento viu-se obrigado a queimar a segunda substituição (aos 15 minutos já Hélder Postiga havia saído lesionado, dando lugar a Éder), por lesão de André Almeida. William Carvalho substituiu o lateral e Miguel Veloso passou a atuar à esquerda. Os americanos aperceberam-se das fragilidades defensivas de Veloso na posição de lateral e, em grande parte pelos pés de Fabian Johnson, criaram vários lances de perigo pelo lado direito do ataque.

Jermaine Jones, sem cerimónias

Aos 62 minutos, Jermaine Jones, depois de uma bola mal aliviada pela defensiva portuguesa para a entrada da área, teve tempo e espaço para parar, olhar e rematar. A bola entrou junto ao poste esquerdo da baliza de Beto, que ficou pregado ao chão. O empate não interessava a Portugal e Paulo Bento mexeu na equipa, com a entrada de Silvestre Varela para o lugar de Raúl Meireles.

Mas com o balanceamento ofensivo da seleção portuguesa, foram os americanos que chegaram ao golo, mais uma vez com a defensiva lusa a demonstrar alguma displicência. Cruzamento da esquerda, bola aliviada por Bruno Alves para a entrada da área, Bradley no remate de ressaca, a bola tabela em Ricardo Costa e sobra para Zusi, na esquerda. Um cruzamento tenso do ala esquerdo encontra Dempsey à boca da baliza. O avançado americano não perdoou e fez o 2-1 para os EUA, aos 80 minutos.

Dançar na corda bamba

Com o 2-1 Portugal dizia adeus ao Campeonato do Mundo, com zero pontos, enquanto os Estados Unidos garantiam, de forma imediata, o apuramento para os oitavos-de-final. O desespero português levou Paulo Bento a colocar Bruno Alves na frente, para o típico “chuveirinho”.

Com a entrada nos descontos, estava praticamente garantida a eliminação portuguesa, a mais precoce da história das Quinas em Mundiais. Mas, mais uma vez saído do banco, Varela revelou-se uma boa arma secreta. Aos 90+4, a bola chega aos pés de Ronaldo na direita, que com um cruzamento teleguiado encontra Varela no coração da grande-área. O extremo do FC Porto cabeceou sem hipóteses para Tim Howard e empatou a partida, mantendo Portugal no Mundial, ainda que com hipóteses muito remotas de seguir em frente.

Para que Portugal se consiga apurar tem obrigatoriamente de vencer o Gana na última jornada e esperar que EUA e Alemanha não empatem. Em caso de empate entre norte-americanos e alemães, são as duas seleções que seguem para os oitavos-de-final. Em caso de vitória da Alemanha, Portugal precisa de vencer o Gana e recuperar, ao mesmo tempo, os cinco golos de diferença que tem para os EUA (ex: Alemanha 2-0 EUA/Portugal 3-0 Gana). Em caso de vitória dos EUA, o caso complica-se ainda mais para os portugueses, uma vez que aí teria de competir com a Alemanha e recuperar uma diferença de oito golos para a Mannschaft.

Desporto português brilha

Em dias cinzentos para o futebol, Portugal brilha noutras modalidades. No ciclismo, duas vitórias portuguesas. Rui Costa e Tiago Machado venceram a Volta à Suíça e a Volta à Eslovénia, respetivamente.

Rui Costa venceu a nona e última etapa da Volta à Suíça e tornou-se tri-campeão da prova, revalidando os títulos de 2012 e 2013. Tiago Machado completou o dia histórico para o ciclismo português, ao chegar em pelotão na derradeira etapa da Volta à Eslovénia, terminando com 23 segundos de vantagem sobre o russo Ilnur Zakarín, na geral.

No atletismo, Katarina Larsson sagrou-se campeã europeia de triatlo no grupo 30-34 anos. A portuguesa de origem sueca venceu a prova de distância olímpica, incluída no Campeonato da Europa de triatlo, realizado em kitzbuehel, Áustria, com um tempo total de 2:26:05 horas.

Por último, na canoagem, Fernando Pimenta conquistou a medalha de bronze da Taça Presidente, em Moscovo. A prova funciona como um teste para a organização do Campeonato do Mundo e o português terminou a prova de K1 1.000 metros no terceiro posto.