As inscrições para o concurso de fotografia digital “Palavras na Cidade” abriram no início da semana, desafiando jovens a apresentar trabalhos fotográficos que explorem a imagem de palavras em contexto urbano. Inspirado na obra do artista Tim Etchells “Palavras Elétricas“, o concurso pretende dar a jovens com talento na área da fotografia uma oportunidade de mostrarem o seu trabalho. As inscrições devem ser feitas no site até ao dia 31 de agosto às 12h.

Os concorrentes devem residir em Portugal e ter idades entre os 16 e 25 anos. Os 25 semi-finalistas serão votados online pelo público entre 1 e 7 de setembro no Facebook do British Council Portugal Arts e, destes, serão selecionados cinco finalistas pelo júri constituído pelo artista urbano Vhils, pelos fotógrafos Paulo Catrica e Hugo Glendinning, pelo curador Lourenço Egreja e ainda pelo diretor do P3, Amílcar Correia.

O vencedor do concurso recebe uma viagem para duas pessoas a Londres com uma estada de três noites e uma quantia em dinheiro. E ganha ainda um equipamento fotográfico semi-profissional, o nível um do Curso de Fotografia do Ar.Co, um curso de inglês de 30 horas no British Council e uma assinatura anual da revista O Mundo da Fotografia Digital, assim como a possibilidade de integrar a exposição no Carpe Diem Arte e Pesquisa e ver o seu trabalho publicado no P3.

A British Council Portugal Arts escolheu a obra “Palavras Elétricas” para dar mote ao concurso por esta ter uma “visibilidade muito forte, muito grande”. “Nós queríamos comunicar com um público mais alargado, que possivelmente não vai tanto às galerias, queríamos que houvesse um maior envolvimento de um público mais generalizado”, contou ao P3 Paulo Pereira, assistente do coordenador do British Council Portugal Arts e um dos promotores do “Palavras na Cidade”.

A obra “Palavras Elétricas” passou pela colocação de frases em néon, LED e graffiti. “Nos últimos seis anos, mais ou menos, eu fiz um corpo de trabalho em néon que explora aspetos contraditórios da linguagem de formas lúdicas e poéticas. A luz funciona. Eu criei frases simples mas intrigantes, mensagens e instruções”, explicou Tim Echells ao P3. O artista acrescenta ainda que “as pessoas estão habituadas a ver anúncios e outros tipos de textos relacionados com o comércio, colocados nas cidades. As mensagens podem brincar, inquietar e perturbar – e não têm qualquer utilidade, não estão a vender nada! Infiltram-se nas esquinas, vitrines, telhados e outros locais”. A vontade de Tim é que os jovens, e não só, comecem a ver a cidade enquanto espaço para as pessoas. Afirma que “não é tudo (ainda) sobre dinheiro”.

O concurso foi criado pelo British Council Portugal para marcar a participação do artista britânico na bienal Artista na Cidade 2014. Tim trouxe consigo um gosto muito próprio pelas palavras. “Desde muito jovem que sinto uma grande atração pela linguagem – um fascínio por ela. Eu gosto da maneira como a linguagem funciona e de quando não funciona. Sou atraído pela velocidade, clareza e vivacidade com que ela se comunica e atraído, ao mesmo tempo, pela sua incrível capacidade de criar incerteza e ambiguidade. Algumas palavras simples criam uma imagem e ao fazer isso tornam-se cúmplices do leitor, espectador ou ouvinte”, explicou ao P3.