A marca Opposite foi a vencedora do prémio Projetos Originais Portugueses (POPs), na categoria de acessórios pessoais com a colecção “IN” – a primeira da marca. São colares e brincos feitos em fórmica, um material utilizado para construção civil.

“Acho que a fórmica é que me encontrou a mim. Estava um dia com o ‘meu’ carpinteiro a desenvolver umas peças e apercebi-me de desperdícios de fórmica que ele ia deitar fora. Foi nesse momento que encontrei o material certo para a linguagem das minhas peças”, contou ao P3 Telma Ferreira, criadora da Opposite.

Os colares e os brincos que mereceram um prémio no POPs distinguem-se pelas cores fortes e pelos formatos inusitados. No caso dos colares existe outra particularidade – podem ser utilizados de ambos os lados. “Embora o desenho seja o mesmo em ambos os lados, a cor e o acabamento podem variar de um lado e do outro. Basicamente temos dois colares num só”, explicou Telma.

Segundo a arquiteta, o grande objetivo da Opposite “é dar a conhecer as potencialidades do desenho geométrico, em materiais nunca pensados para joalharia”.

Telma tem 33 anos e é formada em arquitetura pela Escola Superior Artística do Porto. Em 2009 ganhou a bolsa Inov-Art e foi trabalhar para Itália. Para a criadora da Opposite, “vencer o prémio POPs é a concretização de um conjunto de intenções”.

“Nunca quis ser outra coisa”, garantiu. “Desde criança, sempre gostei de brincar com Lego e construir cidades. Mais tarde até projeções em papel e cartão, tudo que pudesse ver crescer pelas minhas mãos”, recorda a arquiteta. “Quando chegou a altura de escolher um curso superior, nem pensei no assunto. O meu coração já tinha encontrado o caminho”, acrescentou Telma Ferreira.

“O oposto daquilo que o mercado oferece”

“Nunca gostei de seguir a regra. Acredito que as artes se destacam quando trazem algo de novo e inusitado”, afirma Telma. Segundo a arquiteta, a “Opposite” é o “oposto daquilo que o mercado oferece”. A arquiteta revela que gosta da “espontaneidade, irreverência , da surpresa e da assimetria” e afirma que a Opposite oferece todas essas características aos clientes.

É Telma quem desenvolve todas as peças – do início ao fim. Desde o desenho, à construção, até ao packing das encomendas. Existe uma preocupação ambiental implícita no conceito da marca e da linha “IN”, especificamente. “A coleção nasce de desperdícios – reutilização do material no seu expoente máximo”, explicou Telma.

Telma deixa a promessa de que “dentro da coleção ‘IN+’ sairão mais peças em breve”. A marca está a focar-se em expandir as encomendas “dentro e fora de portas”, revelou a arquiteta.

As peças podem ser adquiridas no Facebook da marca e na loja de Serralves. No Facebook os preços podem variar entre os 20 e os 60 euros, na loja de Serralves o valor máximo pode chegar aos 40 euros.