A Baboom Lda. é uma subsidiária portuguesa de uma empresa homónima com sede na Nova Zelândia e está discretamente instalada na Avenida da Boavista. Pelo menos estava, até ser do conhecimento público que é ali que se dá vida à componente tecnológica do projeto de Kid Dotcom: uma plataforma na qual artistas independentes e pequenas editoras vão poder distribuir e rentabilizar o seu trabalho.

Também baptizado de Baboom, como a empresa que lhe dá vida, este novo conceito vai concorrer com nomes conhecidos, como o Spotify ou o iTunes. Também aqui os utilizadores poderão ouvir música gratuitamente, no mesmo esquema alternado com publicidade, ou comprar a música em streaming ou através do downloads de músicas em específico. Mas não se fica por aqui: a plataforma permitirá ainda a venda online de bilhetes e merchandising.

São os artistas e as editoras quem escolhe as modalidades de venda que preferem e até terão margem para determinar os preços. Para além disso, terão acesso a informação sobre como e onde a música é consumida e cerca de 90% das receitas que gerarem – no Spotify, só 70% é entregue às entidades gestoras de direitos, que só depois as distribuem pelos artistas com base na frequência com que cada um é ouvido.

“O negócio do streaming está caótico”

“O negócio do streaming está caótico”, afirmou Grant Edmundson, presidente executivo da Baboom, em entrevista ao Público. Os artistas têm de se auto promover nas redes sociais e depois venderem a música noutras plataformas, sob regras que estas determinam. “O nosso objectivo é dar aos artistas o que eles querem”, afirmou.

Esta era uma ideia de longa data do polémico fundador do Megaupload, ainda que Edmundson garanta que, apesar disso, Kim não tem qualquer papel na gestão da empresa. Ainda assim, Dotcom controla indirectamente 45% do capital da Baboom, através de um fundo de família.

A equipa a trabalhar no Porto, com cerca de 20 funcionários sob a liderança de Marco Oliveira, foi recrutada há dois anos numa empresa de Aveiro, com a qual Dotcom já tinha trabalhado. O Baboom deverá ser lançado no primeiro trimestre de 2015, num número limitado de mercados, dos quais Portugal também faz parte. Um ano deverá ser o suficiente para a companhia se tornar rentável, contando que a plataforma consegue entre 800 mil e 1,2 milhões de utilizadores.