Era difícil esconder o entusiasmo. Os olhos de cada um brilhavam perante um novo mundo que agora se abre. Falamos dos caloiros 2014/2015 da Universidade do Porto (UP) que, nesta quinta-feira, tiveram direito a uma sessão de receção, no Palácio de Cristal.

“Sejam bem-vindos. Se hoje estão aqui é porque, depois de muito esforço e sacrifício, conseguiram superar com grande sucesso os desafios que vos foram colocados. E de uma coisa não tenho dúvidas: as vossas famílias foram e vão continuar a ser um importante suporte para a vossa vida académica”, começou por dizer Sebastião Feyo de Azevedo, reitor da UP, na sua intervenção.

De facto, eram vários os pais que ocupavam as bancadas e cadeiras espalhadas pelo Pavilhão Rosa Mota, tentando assimilar, eles também, aquilo que significa terem os filhos numa das maiores instituições de ensino portuguesas. O pai de Carmen Vieira, caloira de Bioquímica na Faculdade de Ciências (FCUP), era uma dessas pessoas: “Ainda não tenho muito ideia da dimensão da UP, mas, para já, parece-me muito bem”.

A verdade é que, para essa tarefa de esclarecimento, estava lá o reitor da Universidade. “A UP afirma-se cada vez mais como a mais importante instituição de ensino portuguesa. Não só temos os cursos com as médias de entrada mais altas, como fomos a instituição mais procurada pelos estudantes na primeira fase de acesso ao Ensino Superior. Mas digo-vos mais, ainda que, para já, seja segredo: subimos várias posições na atualização, que está quase a ser divulgada, do QS World University Rankings, o mais conceituado na área das universidades”, acabou por confidenciar Sebastião Feyo de Azevedo.

Advertência à praxe

Na sua intervenção, Sebastião Feyo de Azevedo fez uma referência à praxe, uma das atividades académicas mais antecipadas pelos caloiros: “Não pretendo atingir quaisquer iniciativas dos estudantes. Junto-me às opiniões do Governo, dos órgãos académicos, dos professores e da opinião pública. Mas saliento um aspeto: os excessos da praxe são intoleráveis e nenhum estudante pode ser obrigado a fazer o que quer que seja”.

“Embaixadores” da Universidade do Porto

Depois do reitor da UP, coube a Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, falar para todos os presentes no Pavilhão Rosa Mota. “É um enorme orgulho receber milhares de estudantes no Porto. Esta é a instituição mais importante da cidade e não nos imaginamos sem a Universidade do Porto. Tentem ser os nossos embaixadores”, pediu o chefe do Executivo, deixando claro, logo de seguida, que não ia ocupar muito mais tempo da sessão. “Está muito calor aqui e vocês têm coisas mais interessantes para fazer do que me ouvir”.

Ainda houve tempo para Carlos Resende, ex-andebolista e ex-aluno da UP, e Rúben Alves, presidente da Federação Académica do Porto (FAP), intervirem, partilhando com os estudantes os temas que ali os traziam. O primeiro acerca daquilo que a Universidade do Porto lhe proporcionou enquanto estudante e como lhe preparou o futuro profissional, o segundo sobre o funcionamento do órgão e o tipo de apoio que ele pretende prestar aos jovens.

No fundo, tratou-se de uma sessão que serviu apenas para reforçar a confiança dos caloiros nas suas escolhas. “Vou para a Faculdade de Arquitetura e, pelo que ouvi, acho que tomei a decisão certa. Lá ensinam a lidar com o mundo do trabalho”, diz ao JPN Luís Rica, de 17 anos. Já Rui Saraiva, da mesma idade, optou por Engenharia Eletrotécnica, na UP, “para estar perto de casa e dos amigos”.

Ainda assim, todos sabem que a transição do ensino secundário para o universitário acarreta alguma adaptação: “O ambiente, de certeza, vai ser diferente. Enquanto no secundário só conhecíamos, praticamente, as pessoas da nossa turma ou ano, aqui acabamos por conhecer muito mais gente, de caminhos diferentes de vida, e isso é enriquecedor”, admite Gonçalo Coelho, caloiro na Faculdade de Letras, em Línguas e Relações Internacionais. E o que é que os caloiros mais antecipam? “Participar na praxe é uma dessas coisas, sem dúvida” (ver caixa), revela Ana Rodrigues, de 18 anos, estreante no Ensino Superior em Ciências da Informação.