À semelhança do desafio do balde de gelo, que pretendia chamar a atenção para a esclerose lateral amiotrófica, a organização não-governamental (ONG) brasileira OndAzul lançou uma campanha de apoio à mesma doença mas com uma diferença: em vez de despejarem um balde de água gelada, as pessoas são convidadas a usar um balde vazio. Isto para que não se desperdice água.

A campanha também tem uma hashtag, #baldevazio, e também convida as pessoas a fazerem uma doação a associações de apoio à esclerose lateral amiotrófica. “Doação sim. Desperdício não” é o mote da iniciativa que começou no Brasil, país que enfrenta sérios problemas de falta de água.

Esta não é, contudo, a primeira ação do género: um grupo de libaneses residentes na cidade de Beirute, que também sofre com escassez deste recurso natural, sentiu-se revoltado com a utilização indevida do mesmo e optou, de igual modo, por despejar baldes vazios.

Até agora, mais de 106 milhões de dólares (cerca de 84 milhões de euros) foram doados à associação norte-americana ALS no âmbito do desafio do balde gelado, garante o “Washington Post”. E quase 19 milhões de litros de água foram desperdiçados na realização dos vídeos partilhados nas redes sociais. Esta quantidade seria suficiente, segundo dados do mesmo jornal, para 63 milhões de copos de água, 420 mil banhos de cinco minutos ou mais de 40 milhões de dentes escovados.

A OndAzul, fundada em outubro de 1990, quer que o desafio da falta de água não seja ignorado. De acordo com dados das Nações Unidas, mil milhões de pessoas em todo o mundo ainda não têm acesso à água potável, situação responsável por um outro número impressionante: a cada minuto, sete pessoas morrem no planeta por ingestão de água insalubre.