“Um momento de denúncia de um início letivo que começou com uma semana de atraso e com um processo de inscrições desorganizado devido à falta de professores, de funcionários e financiamento” – é assim que a Associação de Estudantes da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto (AEFBAUP) descreve a nova ação de protesto, “CHEGA!”.

Agendada para esta terça-feira, 21 de outubro, pelas 12h30, acontece na sala dos estudantes do Pavilhão Central da instituição e convida os alunos a expôr as suas “queixas na parede” da respetiva sala.

“A Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto acordou num novo ano lectivo com uma notícia que coloca a possibilidade de um novo corte de 9 a 10 milhões de euros”, que se reflete, dizem, “no quotidiano da comunidade estudantil. “O subfinanciamento espelha-se na falta de condições materiais e professores, que por sua vez é revelado na falta de vagas e turmas”, refere a associação.

O ano letivo, que devia ter começado a 8 de setembro, segundo os estudantes, teve início a 15 de setembro, devido a “imensas falhas” no “processo de inscrições”, afirmam. “Má gestão das vagas” e “desproporcionalidade” destas entre cursos, tornando-as insuficientes para a quantidade de inscritos no plano curricular, provocaram impedimentos na altura dos alunos “se inscreverem em unidades curriculares obrigatórias”. Entre as soluções, propõem a “contratação de mais funcionários de modo a dar resposta aos problemas da comunidade estudantil”.

Alunos de Belas-Artes falam de “má gestão da faculdade”

Mas os problemas parecem não terminar por aqui: “As unidades curriculares carecem de mais turmas”, que respondam “ao sucesso pedagógico das aulas”. No curso de Artes Plásticas – Pintura, por exemplo, a sobrelotação impede o “bom funcionamento e aprendizagem desejados”.

A culpa, atribuem-na à “má gestão da faculdade”, “a derradeira causa que motiva o surgimento desta panóplia de problemáticas”, descrevem, “que por sua vez está inerente à carência financeira”, oriunda do “subfinanciamento e dos constantes cortes do Governo”, lê-se, em comunicado.

Esta é já a segunda vez, em menos de um ano, que os alunos da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto se organizam em protesto contra as condições humanas e materiais da instituição.