Chegou ao fim mais uma edição do Portugal Fashion que, este ano, ficou marcado pela descentralização dos desfiles em quatro locais distintos na cidade do Porto. Esta edição contou ainda com o regresso de Nuno Baltazar à passerelle portuense. Durante quatro dias foram muitas as propostas que os criadores nacionais apresentaram para a estação primavera/verão de 2015. A heterogenia de cores, o uso de materiais diversificados e o predomínio de padrões geométricos encheram o Portugal Fashion desde quarta-feira.

Neste último dia, o espaço Bloom contou com quatro escolas de moda, que deram a oportunidade aos seus alunos para exporem os seus trabalhos finais. Árvore, Escola de Moda Profissional, Escola Superior de Artes e Design e Modatex trouxeram novidade à passerelle. Também neste dia, a indústria mostrou as suas mais recentes coleções. Ballentina, Concreto by Hélder Baptista, Cheyenne e Mad Dragon Seeker by Alexandrine Cadilhe & Daniel Simões foram as marcas que ocuparam a tarde do último dia desta edição.

As coleções dedicadas ao calçado também estiveram em destaque. Dkode apresentou “The Collectors – Vintage Treasures”, em que a essência vintage da marca sobressaiu num estilo desligado de conceitos, primando pela originalidade. A Fly London, mantendo sempre o atrevimento, a originalidade, o glamour e o estilo, refresca a coleção primavera/verão do próximo ano com novas cores e materiais. Já na coleção de J. Reinaldo, a reinvenção dos clássicos com uma paleta de cores jovem e dinâmica foi o principal objetivo.

Nobrand apresenta “Earthbound Collection”, uma coleção inspirada na condição terrena do ser humano, onde padrões da natureza contrastam com os padrões gerados em computador. Por fim, Sílvia Rebatto inspirou-se em quatro tendências para a confeção da sua nova coleção: a arte, a influência sport, as florestas exóticas e as mistura de arte e cultura em África.

Dielmar apresentou “Miami: The Magic City”. Esta proposta foi inspirada no glamour e na modernidade de Miami, tendo como referência a Art Deco dos hotéis e dos casinos da cidade. Também Carlos Gil marcou presença e apresentou “Match Point”, uma coleção onde linhas e pontos dão vida a figuras geométricas. Nas suas peças, o branco e o preto juntam-se aos tons pó, como o pó-rosa, pó-azul e o amarelo sol.

Luís Buchinho

Em “Happy Hour”, Luís Buchinho apresenta um verão alegre, feminino e sensual, onde a diversão e o bem-estar são essenciais. Na sua nova coleção, o criador apresenta uma silhueta sedutora e flirty, com peças subtilmente desportivas e vestidos cocktail, que culminam num look chique e elegante. Buchinho optou por utilizar tons pastel, onde o verde-claro, o azul céu, o nude, o lilás e o malva são os grandes destaques.

Nuno Baltazar

No aguardado regresso de Nuno Baltazar ao Portugal Fashion, o criador apresentou “Le Mépris”. Tendo o cinema como ponto de partida, Baltazar regressa a cenários como o verão mediterrânico e a mitologia clássica. As peças são sofisticadas e delicadas, apresentando volumes provocadores, silhuetas em H e alguns detalhes helénicos. Predominam as cores intensas como o azul noite, o vermelho imperial e o verde floresta. Cores essas inspiradas na ilha de Capri e na Villa Malaparte.

Miguel Vieira

“Elegância Descontraída”. É assim que Miguel Vieira intitula a sua mais recente coleção. Descontração e simplicidade versus semi-tradicional é a característica que se destaca aqui. Numa mistura de detalhes formais e informais, silhuetas contemporâneas e espírito descontraído, homem e mulher apresentam estilos opostos, mas um fator em comum: o luxo.

A combinação de vestidos e fatos de homem com sapatilhas confere uma atitude mais descontraída e sem complicações. A paleta de cores cinge-se a cores claras como o branco nuvem, lavanda e cinza tempestade, que contrastam com o azul profundo e o preto, também utilizadas.

Fátima Lopes

Para o verão de 2015, Fátima Lopes apresenta um objetivo fundamental: uma coleção “ready to wear” da cabeça aos pés. Para tal, a criadora desenvolveu peças com silhuetas contemporâneas que feminizam o vestuário masculino, onde o preto e o branco completam a simplicidade, apesar da sofisticação inerente à estilista. Teve como inspiração as artes gráficas, onde traços e pontos rivalizam para criar uma figura rock dos anos 60.