São dezenas de páginas com “ideias concretas” que compõem o programa eleitoral da única lista candidata aos órgãos de gestão da Federação Académica do Porto (FAP), para o mandato de 2015.

Daniel Freitas, o atual vice-presidente da Federação, decidiu “aceitar o desafio” da liderança, mas destaca a “equipa muito forte” que o acompanha (ver caixa 1.). “Quis construir à minha volta uma equipa de pessoas interessantes e que estão capacitadas para, comigo, percorrer este caminho”, afirma.

1. A equipa

A representar um universo de 27 associações federadas, a par de Daniel Freitas, estão Joana Magalhães (AEICBAS) – que migra do mandato anterior -, Paulo Santos (AEISEP), Ana Luísa Pereira (AEESTESP), Mariana Cardoso (AEFADEUP), Clotilde Osório (AEFMUP), Pedro Queiroga (AEISCAP), Susana Alves (AEFCUP) e Vasco Moreira (AEFEP). Francisco Silva (AEFEP) é o candidato a presidente da Mesa da Assembleia Geral e João Vieira (Faculdade de Teologia da Universidade Católica) assume a lista para o Conselho Fiscal. Como explica o futuro presidente, “todos os elementos têm capacidade de decisão” e, em algumas atividades, por terem maior dimensão – é o caso da Queima das Fitas – todos “têm intervenção ativa”.

Já experiente nestas andanças (ver caixa 2.), a motivação não lhe escasseia, mas assumir um cargo deste género implica reordenar prioridades. “O tempo livre vai começar a escassear”, assume, mas confia nas pessoas de que se rodeou – “as pedras basilares do projeto”, como lhes chama – para o ajudarem a “fazer acontecer as coisas”. “É importante dar um bocadinho mais de cada um de nós. Se tiver de ser à custa de menos horas de sono, que seja”, afirma.

O projeto é de “continuidade” e o objetivo é o de continuar a levar a Federação Académica do Porto mais longe: “Desde que conheço a atividade da FAP, há três, quatro anos, que esta tem vindo a crescer e a assumir uma posição de liderança no movimento associativo nacional”, afirma Daniel Freitas. Hoje em dia, é “reconhecida pelos agentes de decisão, pelo Governo” e esta é, no próximo ano, uma prioridade. Depois, há que “olhar ao que foi feito e aproveitar o reconhecimento para fazer mais”.

2. O percurso

Daniel Freitas concluiu em 2014 o mestrado Integrado em Engenharia Informática e Computação na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), ano em que iniciou o mestrado em Engenharia de Serviços e Gestão, na mesma instituição. Durante o percurso académico, assumiu a presidência da Associação de Estudantes e é um dos representantes dos estudantes no Conselho Geral da Universidade do Porto.

E “fazer mais” traduz-se, por exemplo, em fazer a diferença durante o período legislativo que se avizinha: “Ao nível da representação estudantil nacional queremos intervir no período em que se constroem os programas de Governo”, para que o Ensino Superior não seja descurado. Retomar o Centro de Estudos e reavaliar a Moção Global vão de encontro a esse objetivo, que abrange temas tão importantes como a ação social ou o abandono escolar.

“Não entendemos a FAP como um eucalipto que tem de secar tudo à volta”

A nível local, e no que diz respeito á Academia, o grupo quer apostar na proximidade (ver caixa 3.) e na “potenciação do melhor os diversos grupos estudantis”, funcionando como “um catalisador” destes. “Não entendemos a FAP como um eucalipto que tem de secar tudo à volta”, afirma Daniel Freitas, “muito pelo contrário. A FAP pode ser uma ajuda preciosa”, sublinha.

Mas também num dos momentos mais delicados para os estudantes, a preparação para o mercado de trabalho, a FAP quer estar presente. Iniciativas ligadas à formação para o emprego e ao apoio ao empreendedorismo vão conhecer um “empenho efetivo” da nova equipa, com criação de plataformas, “sessões mais regulares de esclarecimento, workshops” e afins.

3. A proximidade com os estudantes

Daniel Freitas está “em todo o lado”. Quem o disse, num evento recente, foi o próprio reitor, Sebastião Feyo de Azevedo. E esta proximidade dos estudantes, a par da informalidade, são talvez os elementos chave do sucessor de Rúben Alves, numa entidade que nem sempre consegue chegar aos estudantes que representa. “Gosto genuinamente de conviver e conhecer novas pessoas e novas ideias”, conta Daniel. Para além disso, “muito mais que nos momentos formais, há muitas questões mais práticas que podem ser tratadas com um telefonema, um café. Também é na informalidade e no trabalho quotidiano que as estruturas crescem cumprem a sua missão”, ressalva.

A palavra de ordem, diz Daniel, é “intromissão”: “Queremos intrometer-nos positivamente na vida dos estudantes”, afirma. “Construir uma série de vantagens que abranjam os estudantes e lhes facilitem o quotidiano”, desde a criação de um “Cartão Jovem Académico FAP“, com agregação de descontos, a questões mais complexas, é o “grande desafio do Pólo Zero“.

Sonho antigo da FAP, arrasta-se há mais de uma década, mas Daniel garante que hoje é um projeto “bem encaminhado”. O objetivo é funcionar como um espaço único e centralizador das atividades da Federação mas também um local onde “os estudantes possam conviver e estudar”.

Com projeto de arquitetura feito e alguns orçamentos em mãos, ergue-se agora a maior muralha à concretização deste plano: a falta de financiamento. “Os valores que estão em causa são muito avultados e é preciso tomar a decisão de avançar com o Pólo Zero, mas garantindo sempre alguma sustentabilidade”, explica o estudante. Por isso, o próximo passo é “patrocinadores ou parcerias que apoiem o desenvolvimento deste projeto, para que não seja a FAP a assumir sozinha essa contrapartida financeira”.

“Há muita gente a acreditar em nós”

Mas para além destes, Desporto, Segurança, Cultura, Queima das Fitas ou FAP Social são outros dos temas abordados ao longo de um programa eleitoral que assumem “ambicioso, mas profundamente realista”. Certo é que, por existir uma confiança geral nesta equipa ou por “falta de motivação” de outros, não há concorrência pela liderança do próximo mandato.

Nem por isso a responsabilidade é menor, explica Daniel: “Retira-nos a pressão de fazer campanha – o que não quer dizer que não a queiramos fazer – mas a verdade é que mais tarde ou mais cedo vamos ser a direção da FAP. Isso permite-nos começar mais cedo a falar com os diversos representantes das associações e a criar um envolvimento destas no plano para o próximo mandato da Federação. Ainda assim, aumenta a nossa responsabilidade, porque há muita gente a acreditar em nós”.

A Assembleia Geral eleitoral realiza-se a 5 de dezembro, entre as 14h e as 20h, onde cada uma das 27 associações da Federação Académica do Porto tem direito a um voto.