Quando ainda faltava contar grande parte dos votos, o Syriza ainda acreditava numa maioria absoluta. O partido elegeu 149 deputados mas precisava de mais dois. Nesta manhã, o líder do Syriza, Alexis Tsipras, e o partido Gregos Independentes chegaram a acordo para governar, com um número confortável de assentos no Parlamento.

O Gregos Independentes é um partido oposto ideologicamente ao Syriza. É de Direita, com ideais nacionalistas e conservadores. Korina Branioti é jornalista numa rádio grega e explica como surgiu esta união: “Os Gregos Independentes não acreditam realmente nas propostas do Syriza. Eles disseram que não iam insistir mais nas suas próprias ideias para aproveitarem a oportunidade de irem para o Governo”.

O partido da Direita é contra a imigração e tradicionalmente religioso. Durante a campanha, o líder do partido, Panos Kommenos, disse que “as políticas de miséria devem acabar”, mas a jornalista considera que não têm um plano concreto para levar a cabo. O anúncio de coligação gerou receio entre gregos e um pouco pela Europa. A própria jornalista mostra-se com medo, não acreditando que os dois partidos vão funcionar juntos.

No discurso de vitória de ontem à noite, Alexis Tsipras, de 40 anos, disse que “o tempo da Troika acabou”. As reações internacionais sucedem-se. Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional, governos alemão, finlandês e britânico já fizeram saber que não há espaço para perdão da dívida e que os cidadãos não podem ficar com o prejuízo dos gregos.

Tsipras tomou posse na tarde desta segunda-feira. Nos próximos dias as atenções vão continuar viradas para os primeiros passos do mais jovem primeiro-ministro de sempre da Grécia.

“Nem Samaras, nem Venizelos, é o momento da Esquerda”

Na noite deste domingo, dezenas de apoiantes do Syriza juntaram-se na Praça Aristotelos, em Salónica, para celebrar. As pessoas abraçavam-se e dançavam música tradicional grega. Pelo meio, Ioanna destacava-se: “Estou feliz, porque isto significa que o futuro vai ser melhor. Desde os meus 14 anos que trabalho com partidos de Esquerda e acredito que este é o momento da Esquerda”.

Ioanna é estudante Erasmus em Berlim e vai ficar lá a trabalhar. Crise humanitária, decisões mais democráticas e o desemprego jovem são as prioridades que o Governo deve ter, segundo a jovem. Duzentos mil gregos emigraram nos últimos anos.

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